“É sempre bom lembrar dos velhos tempos da travessia na balsa no Rio Vermelho e do movimento de pessoas na feira da Praça dos Carreiros”
Natural da vizinha cidade de Poxoréo, passou uma infância tranqüila com os seus cinco irmãos Neuzira, Neolina, Hélio Maurício, Neusa, José Antônio e Edenir. Seu pai Manoel Maurício Carvalho garimpeiro de profissão e Marcionilia Souza Novaes sempre prezaram pelo bem maior, entre os filhos a união da família. Família que se dedicou ao trabalho contribuindo intensamente para o desenvolvimento de Rondonópolis. Todos que aqui nos honram contando os seus exemplos de vida, deixam gravados neste “Espaço Aberto,” os seus nomes que ficam perpetuados na história da cidade. Nesta edição, o hoje empresário Edson Maurício fala sobre sua vida de trabalho e sucesso nesta maravilhosa terra de Rondon.
Jornal Folha Regional: Como foi a receptividade dos rondonopolitanos quando os seus familiares saíram de Poxoréo e chegaram para trabalhar em Rondonópolis?
Edson: Rondonópolis sempre esteve de portas abertas para todos que aqui chegavam e continua assim até hoje. Com os meus 15 anos de idade abracei o estudo e o trabalho, quem me arranjou o meu primeiro emprego foi o Zé Padeiro, naquele tempo a cidade tinha pouca gente e locais de mata fechada que tínhamos que passar pelas trilhas abertas pelos índios e pelos que aqui já estavam. Era um tempo difícil, mas de grande entusiasmo para todos. Eu sempre comento com os meus amigos que também amam esta cidade: “É sempre bom lembrar dos velhos tempos da travessia na balsa no Rio Vermelho e do movimento de pessoas na feira da Praça dos Carreiros.”
J.F.R: Como bom observador, qual foi o grande acontecimento que marcou definitivamente a cidade de Rondonópolis em décadas anteriores?
Edson: O grande acontecimento que marcou definitivamente a cidade de Rondonópolis ocorreu na década de 1960 com a inauguração da Escola La Salle, foi uma movimentação jamais vista. Começava ali uma preocupação, um ordenamento de ruas, desmatamentos em pequenas trilhas para que as pessoas pudessem se locomover com mais tranquilidade por vários pontos da cidade. Houve uma facilitação dos acessos até a escola La Salle, em especial para quem morava do outro lado do Rio Vermelho. A partir de então a cidade ganhou um impulso promovido pelo setor educacional, que começou pelas mãos do Bispo D. Wunibaldo Taulleur. Uma escola jamais imaginada e que orgulha até hoje a sociedade rondonopolitana.
J.F.R: De que forma o comercio da panificação ajudou no desenvolvimento de Rondonópolis?
Edson: O bairro Caixa D´agua teve grandes benefícios, tinha um núcleo de pescadores antigos que moravam naquela região, logo começou a surgir os pequenos comércios, açougue, loja de artigos de pesca, farmácia e o setor inicial da hoje Sanear que deu o nome do bairro “Caixa D´Agua” pela grande caixa d´agua ali construída. A panificadora do Zé Padeiro estava assim “estrategicamente” instalada, influenciou positivamente no desenvolvimento daquele hoje populoso bairro. Outras regiões da cidade tiveram um desenvolvimento semelhante a exemplo da Vila Rondon a primeira de Rondonópolis. La se instalou o correio, espaço de eventos, cinema e panificação, e aos poucos o pequeno comercio foi crescendo e hoje acompanha o desenvolvimento da cidade com modernas lojas de informática, escritórios e escola de dança.
J.F.R: Você se lembra qual foi a primeira padaria de Rondonópolis, e como os seus produtos chegavam aos outros locais da cidade?
Edson: A primeira padaria de Rondonópolis foi de propriedade do João Baiano, “que não pertencia a família do pai do senador Wellington”. Os acessos para alguns locais da cidade, eram bem complicados, mas o Zé Padeiro fazia com que os pães chegassem mais próximos dos seus clientes, nos íamos vender pães na feira da Praça dos Carreiros e em outros pontos da cidade. Essa era também a estratégia do João Baiano que levava os pães a sua clientela. A panificadora do Zé Padeiro tinha um comercio forte, e um movimento de pessoas o dia inteiro, foi sem dúvida a mais freqüentada de Rondonópolis nos anos 70 e 80.
J.F.R: Posteriormente você mudou de ramo, foi trabalhar em loja de móveis, fale um pouco sobre esse período:
Edson: Mudei de ramo fui trabalhar com o Gentil na loja de Móveis GG na qual fiquei durante 6 anos, foi o momento em que eu comecei a ter mais visão comercial, senti que a cidade poderia crescer a qualquer momento. Foi uma boa experiência, inclusive conhecendo novas pessoas que se tornaram nossos clientes. Naquele período em que trabalhei como vendedor foi de grande experiência, aprendi a me relacionar melhor com as pessoas, e com o público em geral.
J.F.R: Como surgiu a ideia dessa mudança novamente radical no trabalho, sair da loja de móveis para o ramo da Auto Escola, uma empresa própria?
Edson: Eu tinha uma visão de conquistar algo para a minha família, observando o desenvolvimento econômico e social de Rondonópolis, vi que havia chegado a hora de envolver a família no trabalho. Hoje a Auto Escola Senna é uma empresa familiar, e em nome das minhas filhas Érica, Eloisa e da diretora Neuzira agradeço a todos os nossos colaboradores. Assim optamos pela Auto Escola já estamos no ramo há 16 anos contribuindo com a sociedade rondonopolitana.
J.F.R: Você gostaria de agradecer a alguém pela parceria, apoio ou amizade?
Inicialmente quero agradecer esse espaço, e a todos que me ajudaram no passado ao saudoso Zé Padeiro, ao Gentil Bonfim, ao Valdir Moreira. E nos dias de hoje agradeço os nossos clientes que nos dão a preferência na Auto Escola. Agradeço imensamente ao Orides que me incentivou a entrar no ramo da Auto Escola. Informo também que os nossos serviços são prestados na área de habilitação em motos e carros. Estamos a disposição na Rua Otávio Pitaluga 495 com os telefones 66 3424 2626/ 9979-7173.
J.F.R: Nós agradecemos a sua gentil atenção em conceder esta entrevista à reportagem do Jornal Folha Regional.