Esfoliantes corporais feitos a partir da casca do ovo de avestruz devem ganhar o mercado brasileiro até o final deste ano. O produto será produzido pela indústria de cosméticos Companhia do Avestruz. Localizada no município de Nossa Senhora do Livramento, em Mato Grosso, a empresa é uma das contempladas pelo Edital SENAI-SESI de Inovação 2010. Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI), a indústria desenvolverá a técnica para triturar a casca do ovo em partículas que não machuquem a pele sem comprometer as propriedades do esfoliante. Além disso, montará um laboratório para testar o produto.
O novo produto da Companhia do Avestruz ampliará a linha Ostrich Cold Cream, lançada em março deste ano e que colocou a empresas no mercado de cosméticos. A indústria existe desde 2006 e oferece uma variedade de mercadorias fabricadas a partir do avestruz, como carne, espanadores, bolsas, acessórios de couro e calçados.
Segundo a diretora de Marketing da Companhia do Avestruz, Tânia Kramm da Costa, o esfoliante ficará pronto no final do ano e, inicialmente, será colocado nos mercados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rondônia. Tânia explica que o esfoliante tem as mesmas propriedades terapêuticas e estéticas do óleo de avestruz, outro produto da empresa. Entre elas estão as vitaminas D e E, que atuam como cicatrizante e antiinflamatório natural. Além disso, a casca do ovo de avestruz é rica nos ácidos ômega 9, que participa do metabolismo do organismo do homem, ômega 6, conhecida pelas ações antioxidante e antiinflamatória, e ômega 3, usado no tratamento de doenças da pele.
A técnica para triturar a casca de ovo de avestruz será desenvolvida com a participação de colaboradores do SENAI e de bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um dos parceiros do Edital SENAI-SESI de Inovação. O projeto também contará com recursos de subvenção oferecidos aos vencedores do edital. Os investimentos totais previstos no projeto, somada a parte de subvenção e a contrapartida da empresa, são de cerca de R$ 300 mil.
Os recursos serão aplicados no desenvolvimento da técnica para triturar a casca do ovo e na montagem de um laboratório microbiológico na indústria. Com esse laboratório, será possível testar o esfoliante antes de colocá-lo no mercado para saber se há bactérias ou microorganismos que comprometam a qualidade do cosmético.
A Companhia do Avestruz também pretende usar o laboratório para testar novos produtos dela e de outras empresas. Tânia explica que não existe no estado um laboratório semelhante. Por isso, as empresas precisam remeter seus produtos para serem testados em outras regiões do país. Segundo ela, a parceria com o SENAI e o SESI foi fundamental para a empresa. "É uma oportunidade para unir tecnologias e ter pessoas que auxiliem na pesquisa dos nossos produtos", destaca Tânia.
Neste ano, o Edital SENAI-SESI de Inovação apoiará o desenvolvimento de 77 projetos inovadores de empresas brasileiras. As empresas contempladas terão cooperação técnica do SENAI e do SESI e o apoio de bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para desenvolver os projetos em até 18 meses, contados a partir de 4 de outubro deste ano. Dos R$ 15,5 milhões que serão destinados aos 77 projetos, R$ 8 milhões são recursos do SENAI, R$ 5 milhões do SESI e R$ 2,5 milhões das bolsas do CNPq. Cada projeto receberá uma média de R$ 200 mil em investimentos do SESI e do SENAI. Os recursos do CNPq remuneram profissionais selecionados para ajudar no desenvolvimento dos projetos.
Fonte: Ag. CNI