Independente do resultado do processo eleitoral das eleições deste ano, o futuro presidente do Brasil, ao subir à rampa do Palácio do Planalto no dia primeiro de janeiro do ano que vem, com toda a certeza, vai ter muita dificuldade para governar. O motivo é que as eleições estão terminando em clima de eterno Fla- -Flu, onde o que estamos vendo é uma verdadeira “guerra” entre os dois grupos que estão mais cotados para chegar ao Poder. De um lado está dos defensores do candidato Jair Bolsonaro, que está filiado ao PSL, e aparece nas últimas pesquisas como líder de intenção de votos. O discurso de Bolsonaro está mais para a chamada direita. Do outro lado está o petista Fernando Haddad, que aparece nas pesquisas como possível adversário de Bolsonaro, em um eventual segundo turno. Haddad tem um discurso mais polarizado para a esquerda brasileira. O resultado disso é que estamos diante de uma eleição polarizada e com certeza, a partir de agora , com muito mais troca de agressões verbais e denúncias de ambos os lados. O eleitor , em uma clima desses, passa a votar pela paixão e não pela razão. O voto vira uma espécie de arma contra o candidato e não a favor do povo. O eleitor ao invés de pensar em propostas começa apenas em pensar em votar contra esse ou aquele candidato. O processo eleitoral do Brasil ganhou características até impensadas de guerra entre grupos, rachando amizades e famílias. O problema é que pelo andar da carruagem, independente do resultado, esse clima de animosidade entre os grupos não deve parar e por isso, o futuro governante sendo Bolsonaro ou Haddad vai governar sob forte oposição e com uma constante ameaça ao estado democrático de ambos os lados. Parece algo improvável, mas o novo presidente vai ter que dialogar muito com os grupos extremos, tanto os de direita com os de esquerda para poder governar de forma mais tranquila e colocar em prática as mudanças que ainda são necessárias em nosso país em todos os setores da economia à infraestrutura. O fracasso, no momento, das chamadas candidaturas de centro, que são os postulantes com discursos menos extremistas tanto para a esquerda como pela direita, mostra também que o eleitor brasileiro, na verdade quer mesmo, um presidente e um governo posicionando de acordo com as ideologias propostas na campanha. Mesmo que vença, uma guinada de Bolsonaro à esquerda ou de Haddad à direita pode representar um avanço para alguns grupos, mas não seria aceita pelos extremos mesmo em nome da governabilidade. Na verdade , o futuro, caso haja reflexos das eleições, independente do resultado, pelo menos no campo político, promete ser muito complexo para o país, para não dizer perigoso. Vamos torcer que a escolha do dia 7 seja a melhor para o Brasil, é apenas o que nos resta a dizer.