DIÁRIO DA PANDEMIA – VACINAÇÃO

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E a chuva continua. Santa Catarina já está com inundações e deslizamentos e a situação vai se agravando à medida que chove mais. Casas e estradas destruídas, muita gente desalojada e ainda tem aqueles que perderam tudo. Início de ano muito, muito difícil para muitos. Nestes últimos dias li, escrevi, vi os jornais, assisti noticiário e vi que as coisas vão ficando mais graves, pessoas continuam morrendo sem oxigênio no interior do Amazonas e Pará, os números de mortos e de casos confirmados continuam subindo no Brasil. A vacina que vem da India finalmente chegou, mas ainda é muito pouco, apenas dois milhões de doses. E a falta de vacina não deixa vacinar nem o pessoal da saúde os mais idosos, e os insumos que vem da China para fabricar mais doses ainda não tem data. As quatro milhões e oitocentas doses fabricadas no Brasil já tem a autorização de urso emergencial desde sexta, pela Anvisa, e essa autorização vale para as próximas quantidades de doses produzidas aqui. Temos que torcer para que a vacinação não pare por aqui, e ela já está parando em alguns lugares. É difícil ver o desgoverno do Brasil e, por causa disso, pessoas morrendo.

Mesmo com toda a chuva de dias seguidos, as flores continuam a colorir meu jardim/horta molhado. São hibiscos, dálias, palmas, flores de maracujá, rosas, azaleias e até uma orquídea nova que está abrindo ainda.

Como já disse lá em cima, a Oxford chegou ao Brasil: 2 milhões de doses que já estão sendo distribuídas. Na semana passada, o governo brasileiro chegou a preparar um avião para buscar as remessas, achando que a India ia liberar, mas a operação fracassou, por culpa da boca grande de nossos governantes e ministranta das relações exteriores, que não tem nenhuma diplomacia para lidar com países parceiros, a não ser os Estados Unidos da era Trump, de triste lembrança. Aí, quando precisa deles, eles não correspondem, com razão, pois foram achincalhados. E pessoas estão morrendo, sem vacina, porque presidanta, filhos do presidanta, minstranta das relações exteriores têm boca enorme, falta de educação e de civilidade, de responsabilidade, de competência e de humanidade. Felizmente as quatro milhões e oitocentas doses fabricadas no Brasil já podem ser distribuídas, também, a partir desta semana. Mas ainda é pouco. Dependemos do envio, pela China, de mais insumos para fabricação de milhões de doses e assim não correr o risco de parar a imunização.

O jeitinho brasileiro, até na desgraça: em pelo menos 11 estados e no Distrito Federal, políticos, empresários e funcionários públicos receberam doses da CoronaVac, mesmo não fazendo parte dos grupos prioritários. O Ministério Público apura a irregularidade nas condutas dos ‘fura-fila’. É brincadeira, não? A vacinação parou no Amazonas, por um dia, em razão disso.

Ministranta da Saúde negou atraso na entrega de matéria-prima vinda da China para produção de vacinas no Brasil. O Instituto Butantan e a Fiocruz podem produzir vacinas aqui, mas dependem dos princípios ativos que vêm da China. Apesar dos entraves, Pazuello, o incompetente, declarou que as entregas não estão atrasadas, que o prazo contratual não expirou. No entanto, o diretor do Butantan, Dimas Covas, desmente na lata o ministranta e afirma que há atraso, sim, que existe um contrato assinado com o Instituto Butantan e a segunda remessa de insumos deveria ter chegado ao Brasil no dia 6 de janeiro. Em meio ao impasse, o país volta a ter média móvel de mais de 1 mil mortos por Covid por dia. Estamos com mais de cinquenta mil novos casos por dia, tendo chegado, já, a mais de oitenta mil num único dia.

 

Há que nos cuidarmos. Não podemos descuidar, mesmo começando a vacina, até porque no Brasil, ela promete demorar, com o ministério da saúde e desgoverno que temos.

Por Luiz Carlos Amorim.