DIA INTERNACIONAL DA MULHER |Escute o que as jovens mulheres têm a dizer sobre equidade de gênero

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Não me canso de ser surpreendida pelo mundo dos livros! Mesmo com a experiência de mais de duas décadas no mercado livreiro, ainda me encanto com o poder que eles têm de mobilizar mentes. Muitas vezes, achamos que as obras têm um público-alvo definido por características como faixa etária. Entretanto, quando temos narrativas verdadeiramente poderosas, todas as possíveis fronteiras são derrubadas para que a mensagem chegue aos que querem ouvi-la; aqueles que querem transformar e serem transformados por ela. Essa história toda parece muito enigmática? Desculpe-me! Vou explicar melhor…

Conversando com a minha sobrinha – que tem somente 14 anos – ouvi sobre a importância de ela ter lido a obra Escute o que ela diz, da escritora Joanne Lipman. Segundo essa jovem mulher, a partir da leitura, ela pôde construir argumentações acerca da relevância da equidade de gênero. “Eu pude conversar e alertar alguns amigos, que ainda são machistas e não respeitam as mulheres, sobre o absurdo desse comportamento”, contou. Confesso que fiquei surpresa. Esse livro tem por público-alvo o mercado corporativo, ou seja, está focado em profissionais – homens e mulheres – que querem e precisam oxigenar comportamentos nos ambientes de trabalho.

E, como esse título mobilizou a atenção de uma adolescente? Acredito que pela força do tema. A relevante busca pela igualdade de gênero é percebida como uma luta feminina, liderada por mulheres e para o benefício das mulheres. A escritora Joanne Lipman defende que ambos os sexos devem combater os vieses inconscientes que perpetuam comportamentos inadequados nos ambientes corporativos e em toda a sociedade. Na obra Escute o que ela diz, a autora afirma que quando tivermos mais homens se mobilizando para acabar com a desigualdade de gênero, poderemos trabalhar lado a lado, vislumbrando um futuro diferente. Na prática, a mensagem trazida pelo livro é que homens e mulheres devem trabalhar juntos pela diversidade, para a equidade salarial e por oportunidades iguais, porque a diversidade é boa para todos – e está diretamente ligada a melhores resultados para as empresas. E, na minha opinião, é aqui que a narrativa se torna poderosa e mobilizadora de mulheres de qualquer faixa etária!

Vale lembrar que a autora alerta que homens jovens têm um papel descomunal nas culturas misóginas do Vale do Silício e em Wall Street. Mas há amplos indícios de que, no cômputo geral, a geração nascida entre a década de 1980 e início da de 2000 tem uma visão mais igualitária do mundo que as gerações mais velhas. Os homens da geração millennial – hoje entre 18 e 38 anos – têm mais probabilidades de favorecer um relacionamento igualitário entre maridos e esposas. Essa geração, inclusive, deve liderar uma nova cultura corporativa. Em contrapartida, a união entre homens e mulheres em prol dessa mudança de comportamento ainda está longe de ser uma realidade. Diante desse desafio, minha sobrinha encontrou uma brecha para mobilizar o seu entorno (a escola, especialmente) e influenciar, positivamente, essa construção de uma nova forma de combater o machismo. Do seu jeito, essa jovem mulher conseguiu enxergar no livro um novo valor, levando a mensagem para o ambiente escolar. Admirável!