Vamos voltar um pouco no tempo já no início do ano 2000 para nos alinharmos numa trajetória final até o ano passado 2014. No início do século XXI, cerca de 2,6 bilhões de árvores haviam sido derrubadas na Amazônia Legal. Segundo a pesquisa Géo /Estatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal divulgada naquela ocasião pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Aproximadamente 15% do total da vegetação original da Amazônia Legal foram desmatados, o que equivale à retirada de aproximadamente 2,6 bilhões de árvores e ao desmate de uma área de 600 mil quilômetros quadrados. Esse cenário corresponde à destruição de 4,7 bilhões de metros cúbicos de madeira de uma área que, originalmente, representava 4 milhões de quilômetros quadrados cobertos por florestas.
Do total da área desmatada, só 15% foram convertidos para a agricultura. Metade dessas terras voltou para a pecuária e 30% voltaram a virar floresta, ou seja, alguém desmatou, tirou a madeira e demais recursos naturais e não usou para mais nada, ficou abandonada virando uma nova floresta, porém degradada.
Segundo o IBGE, essas emissões contribuíram negativamente para o processo de aquecimento global e geraram prejuízos locais. Uma parcela significativa de emissão de carbono. Mas, além disso, há questões locais, porque quando se promove o desmatamento, há perda de espécies e de material genético que poderiam ser usados pela indústria para fabricação de remédios e de outras tecnologias. Existe ainda a perda de proteção do solo que fomenta processos erosivos e traz prejuízos aos recursos hídricos.
Em 2014 a situação entrou para a fase mais crítica, o desmatamento na Amazônia disparou, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, nos meses de Agosto e Setembro, foram desmatados 1.626 quilômetros quadrados de floresta, um crescimento de 122% sobre os mesmos dois meses de 2013.
Quanto mais se desmata maior é ausência da fotossíntese, ou seja há uma diminuição na produção de oxigênio pelas árvores. O oxigênio do ar provém da retenção de água nas plantas, e desta forma com o aumento do desmatamento, a atmosfera do planeta tende piorar proporcionado cada vez mais uma péssima qualidade do ar que respiramos.
Estamos em pleno século XXI, começa a pairar dúvidas de como a humanidade chegará e estará em 2.100.
Desta forma em nosso país entramos 2015 na maior crise de abastecimento de água dos últimos 50 anos com a falta do precioso líquido nas torneiras de milhões de famílias residentes em algumas regiões do país, principalmente no Sudeste, e com a tradicional seca de todos os anos no Nordeste. Em que pese a nossa majestosa extensão territorial, com a rica fauna e riquíssima flora, os chamados rios voadores, “nuvens que levam grandes quantidades de água para todas as partes do mundo,” hoje são cada vez mais escassos, quase não se formam mais como há10 anos atrás.
O resultado dessa ambição toda, das ações depredatórias, dos desmatamentos inconseqüentes, dos envenenamentos e assoreamentos dos rios e dos solos, é altamente catastrófico. O nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas instaladas no Sudeste e Centro Oeste já é o mais baixo, a chuva chegou, mas é insuficiente para encher os reservatórios, cidades inteiras já convivem com racionamentos.
Diante desse quadro, o povo clama por soluções urgentes por parte do poder público, para que se tenha um aproveitamento melhor das águas das chuvas, e se faça investimentos na construção de grande número de reservatórios nos estados mais críticos. A sociedade organizada está atenta, e espera que o governo federal esteja atento, e ajude no estancamento urgente da derrubada de matas principalmente na região Amazônica.
É preciso que a população faça a sua parte, utilizando cada vez mais racionalmente o precioso líquido, pondo fim ao desperdício.
Mas afinal, o que todos querem saber; Desmatamentos até quando?
Denis Maris