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quinta-feira, novembro 21, 2024

Déficit nas contas externas do Brasil aumenta em Abril de 2024

As contas externas do Brasil apresentaram um saldo negativo de US$ 2,516 bilhões em abril de 2024, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira, 24 de maio. Esse valor representa uma deterioração em comparação ao déficit de US$ 247 milhões registrado no mesmo mês do ano anterior. A seguir, analisamos os principais fatores que influenciaram essa piora e os detalhes sobre a balança comercial, serviços, renda e investimentos.

Redução do superávit comercial

A piora no saldo das contas externas é resultado, em grande parte, da redução no superávit comercial, que caiu US$ 578 milhões em relação ao ano anterior. As exportações totalizaram US$ 31,356 bilhões em abril de 2024, um aumento de 11,7% em comparação com abril de 2023, quando alcançaram US$ 28,074 bilhões. Já as importações somaram US$ 24,558 bilhões, com um aumento significativo de 18,6% em relação aos US$ 20,699 bilhões do ano passado.

Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, destacou que o aumento das importações, especialmente de criptoativos, foi um fator relevante. Em abril de 2024, o Brasil importou US$ 1,7 bilhão em criptomoedas, em contraste com os US$ 763 milhões do mesmo mês do ano anterior. A popularização dos criptoativos tem impulsionado esse crescimento, refletindo uma maior aceitação e uso desses ativos no país.

Déficits em serviços e renda primária

Os déficits nas contas de serviços e renda primária também contribuíram para o saldo negativo nas transações correntes. O déficit em serviços aumentou US$ 844 milhões, atingindo US$ 3,985 bilhões em abril de 2024. Este aumento foi impulsionado por despesas com transporte, aluguel de equipamentos e serviços digitais. O déficit em serviços de propriedade intelectual, por exemplo, cresceu 175%, totalizando US$ 889 milhões.

Em relação à renda primária, que engloba pagamentos de juros, lucros e dividendos, o déficit aumentou US$ 1,1 bilhão, chegando a US$ 5,482 bilhões. Esse crescimento se deve principalmente ao aumento das despesas líquidas com juros, que passaram de US$ 1,159 bilhão em abril de 2023 para US$ 1,778 bilhão no mês passado. Além disso, os lucros e dividendos associados a investimentos diretos e em carteira apresentaram um déficit de US$ 3,732 bilhões.

Impacto da renda secundária

Um ponto positivo foi a conta de renda secundária, que passou de um déficit para um superávit de US$ 249 milhões. Em abril de 2024, essa conta registrou um resultado positivo de US$ 154 milhões, em contraste com o déficit de US$ 95 milhões no mesmo mês do ano anterior. Essa variação positiva ajudou a mitigar parcialmente os efeitos negativos dos déficits em outras áreas.

Investimentos diretos no país

Apesar do saldo negativo nas transações correntes, os investimentos diretos no país (IDP) mostraram um crescimento robusto, totalizando US$ 3,867 bilhões em abril de 2024, um aumento de 26% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o IDP somou US$ 67,338 bilhões, representando 3,01% do PIB.

Fernando Rocha ressaltou que o financiamento do déficit externo está sendo sustentado por capitais de longo prazo, principalmente por meio de investimentos diretos, que são considerados de boa qualidade e indicam confiança na economia brasileira. O Banco Central prevê que os investimentos diretos no país cheguem a US$ 70 bilhões em 2024, conforme o último Relatório de Inflação.

As contas externas do Brasil em abril de 2024 refletem uma combinação de fatores que resultaram em um saldo negativo mais acentuado em comparação ao ano anterior. A redução no superávit comercial, os aumentos nos déficits de serviços e renda primária, e as dinâmicas de importação de criptoativos foram os principais contribuintes para esse cenário. No entanto, o crescimento dos investimentos diretos no país sinaliza um financiamento robusto e de longo prazo, indicando um cenário positivo para a economia brasileira. A manutenção desse equilíbrio será crucial para o futuro econômico do Brasil.

Perguntas Frequentes (FAQ):

Pergunta 1: Por que o déficit das contas externas aumentou em abril de 2024?

Resposta: O aumento do déficit das contas externas em abril de 2024 foi influenciado pela redução do superávit comercial, aumento nos déficits de serviços e renda primária, e crescimento das importações, especialmente de criptoativos.

Pergunta 2: Qual foi o impacto das importações de criptoativos nas contas externas?

Resposta: As importações de criptoativos somaram US$ 1,7 bilhão em abril de 2024, um aumento significativo em comparação aos US$ 763 milhões importados no mesmo mês de 2023, contribuindo para a redução do superávit comercial.

Pergunta 3: Como os investimentos diretos no país (IDP) afetaram as contas externas?

Resposta: Os investimentos diretos no país cresceram 26% em abril de 2024, totalizando US$ 3,867 bilhões. Esses investimentos de longo prazo ajudaram a financiar o déficit externo e indicam confiança na economia brasileira.

Fonte: Da Redação com informações da Agência Brasil

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