O estado de Mato Grosso está perdendo uma chance de sair na frente. Parece algo utópico, mas o nosso país mais próximo e que fazemos uma divisa de quase mil quilômetros, a Bolívia pode ser um grande parceiro comercial do nosso Estado. Não estamos afirmando que a Bolívia é uma China, longe disso, e sim que temos ao nosso lado, um país em pleno crescimento e aparentemente em condições de ser um excelente parceiro comercial.
Parece mentira, mas estamos de costas para uma região que está em pleno desenvolvimento na América Latina e os números mostram isso de forma clara. A economia boliviana cresceu 4,4 por cento em 2018 e a expectativa é manter ou até mesmo aumentar esse crescimento. Vale destacar que estes números fazem parte de um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os números são impressionantes e a Bolívia, em termos de crescimento, superou inclusive o Paraguai, que era o país que mais crescia na América Latina. O povo Guarani cresceu 4,2 e enquanto os bolivianos tiveram um crescimento de 4,4%. A América Latina no geral cresceu apenas 1,6% incluindo potências como Brasil, México, Chile e Argentina.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), já projeta um crescimento para este ano de 4,5%; motivado por um aumento nos preços e produção de petróleo e hidrocarbonetos.
Outros números mostram crescimento do PIB e queda de inflação e desemprego.
Por outro lado, a Bolívia que produz gás natural, petróleo, ouro, minério de ferro e soja, não tem saídas para a mar. O país está encalacrado entre o Brasil e o Chile, com a Cordilheira como uma grande barreira natural de exportação.
Mato Grosso pode ser um grande parceiro na exportação boliviano, para isso precisamos investir mais na fronteira Oeste do Estado, aproveitar, por exemplo, a navegabilidade do rio Paraguai e investir nesta hidrovia para que possa ter um grande canal para os portos do cone Sul.
Outra saída está aqui, perto de nós, criar uma ligação direta com a ferrovia que passa por Rondonópolis ligando com a fronteira para a Bolívia. Podemos ainda aproveitar a produção de soja boliviana e usar a nossa estrutura de beneficiamento e exportação para atender a demanda dos vizinhos e ver com isso a nossa economia crescer.
Para completar podemos ainda aproveitar a competitividade do preço do petróleo deles e aproveitar aqui para baratear o nosso combustível. Essas são apenas algumas das possibilidades que temos pela frente com esse parceiro, há muito mais e para isso basta apenas virarmos para frente e parar de ver a Bolívia como um país periférico e com pouco ou nada para oferecer. Talvez é mais uma chance de crescermos juntos e aproveitarmos o momento econômico para consolidar os nossos projetos.