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segunda-feira, novembro 25, 2024

Cultura toma conta das ruas de Rondonópolis por meio da Lei Aldir Blanc

Tomar fôlego nesse momento de pandemia arejando a mente com pinturas de artistas locais em muros da cidade é um dos benefícios que o edital três da Lei Aldir Blanc proporciona aos que passam pelas ruas de Rondonópolis. A proposta, que teve início no ano passado, com a elaboração dos oito editais pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), os quais contemplaram diversas modalidades artísticas, coroou os trabalhos de artes visuais concernentes ao edital três nesta sexta-feira (26), com a entrega de alguns muros já impregnados com a produção plástica dos vencedores, referente à contrapartida desses profissionais premiados no quesito “muralismo”.

Na cerimônia, que ocorreu em vários pontos da cidade onde os murais gravados se localizavam, estavam presentes o secretário interino de Cultura, Rafael Mandracio Arenhardt, o ex-secretário de Cultura, Humberto de Campos – que deu início aos trâmites, em 2020, para que o município pudesse receber os recursos da lei federal –, além da equipe de profissionais da Secult e dos respectivos artistas responsáveis por imprimirem nos espaços públicos seus discursos gráficos com estética e plasticidade.

“Nós recebemos os recursos da Lei Aldir Blanc conforme a legislação estabelecia para os municípios e os estados. Então, conversamos com os diversos setoriais da cultura de Rondonópolis para saber o tipo de edital que eles gostariam que nós publicássemos. E um dos editais de artes visuais era esse, do muralismo. Então, uma comissão composta por membros do Conselho Municipal de Políticas Culturais selecionou esses artistas”, explica o técnico de assuntos culturais da Secult e fiscal do edital três, José Roberto Souza.

Ele ainda ressalta que um dos critérios exigidos no edital era que o tema estampado no painel fosse pertinente ao imaginário rondonopolitano. “Pedimos que fosse abordada a iconografia do estado e do município de Rondonópolis”, lembra.

Um dos muralistas que apresentou seu grafiti hoje foi Lucas Caranzoni de Araújo. “Eu e meu parceiro, o Bruno, trabalhamos cerca de sete horas por dia durante 15 dias. E foi muito bacana ver a população que passava falando: ‘Que massa! O que só tinha em outros estados agora existe aqui no nosso bairro’”, conta o artista sobre a experiência, ressaltando que aproveitou a oportunidade para fazer um alerta: “Eu quis mostrar nosso bioma, o cerrado, que é bonito, mas precisamos cuidar dele. Então, foi mais um grito pedindo atenção a ele, que está bem ameaçado. Estamos vendo muitas queimadas e falta organização para defendê-lo”.

Uma obra interativa que faz com que as pessoas meditem e dialoguem com ela. Na gravura de Bruno Martins Moura, que retrata o contraste do casal dançando alegre no meio do da imagem de desmatamento, o que pensar? A pergunta é devolvida pelo artista, que diz ter buscado instigar o público, estimular sua sensibilidade e provocar um novo olhar sobre a relação do homem com a natureza, trazendo à tona questionamentos que levem a adoção de novas posturas.

“Eu quis incitar a nós mesmos que nos defrontamos com a obra. Minha intenção era de causar uma sensibilização nas pessoas que vão encontrar com a obra e, a partir disso, elas refletirem, se mobilizarem e se posicionarem. Então, eu trago uma união de símbolos e as pessoas trazem seus significados e compõem comigo a obra. Por isso, quanto mais devolutiva eu tiver do meu trabalho melhor ainda porque eu vou ter mais pontos de vista”, comenta o muralista sobre a intenção que imprimiu em seu estêncil.

Ao todo, 16 artistas vão entregar seu mural deixando sua digital nos muros espalhados pela cidade por meio do edital três do projeto viabilizado pela Lei Aldir Blanc. 

Fonte: Roberta Azambuja

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