Conflitos internos do profissional que cresce

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Você tem interesse em gerenciar o RH da empresa? Me perguntaram certa vez.
Meu coração pulou! Meu Deus! Sério? – sentei e pensei.
Não! Não é o que eu quero! – respondi prontamente.
Me perguntavam: – Ei, o que você tá fazendo? Tá louca, como assim você negou?
Meu lado sonhador e empolgado não entendeu nada. Você acredita que meu piloto automático respondeu – não? Não, sem consultar meu coração!
NÃO!
E eu gritava internamente, mas estava massacrada por uma parte mais forte de mim, intensa e rápida em decidir prontamente com o intuito de me proteger.
Os pensamentos pessimistas rondavam minha mente: Você vai ficar vulnerável. Já reparou que ninguém fica nesta vaga? É melhor ficar do jeito que você está. Vai ser reconhecida, e você já domina o que tem que fazer na atual função.
Tudo bem, contrariada uma parte de mim aceitava.
Com raiva, minha outra parte engolia aquela decisão, e a indigestão apareceu em forma de gastrite nervosa, enxaqueca, ansiedade, era a forma como essa parte se manifestava por não conseguir sobressair.
Muitas vezes um olhar limitado a novas experiências, como uma situação de risco, de perdas, de perigo nos fazem ficar aprisionados, atrofiados na vida.
Qual é a nova experiência que você tem negado na sua vida?
Assim vi realmente 2 gerentes por ali passar em tão pouco tempo após a gerente que me contratou, pessoas que não conseguiram, talvez eu também não conseguiria, mas era duro para mim ver que eu havia fugido de uma oportunidade que na minha visão tinha mais experiência para lidar e superar devido ao conhecimento da cultura local, porém, a insegurança na época da falta de conhecimento técnico e de raízes profundas de outras fontes impediram meu outro lado de negociar, de crescer, se posicionar. Esse meu lado se acovardou, se escondeu, entristeceu-se.
Até que certo dia, esse lado medroso já cansado se indignou e com o extremo da inquietação e da raiva vendo todo o desenrolar mais uma vez naquele setor que estava a ficar doente, fui até meu chefe questionar meu lugar, pois vi mais uma vez aquela cadeira vazia, vaga, pela falta do Líder que precisava assumir e enfrentar as verdades do RH.
Infelizmente quando cheguei ali, já era tarde, haviam contratado o terceiro profissional em menos de dois anos, e esse diretor que estava gerindo provisoriamente a área me respondeu que já não tinha mais o que fazer, estava tudo formalizado.
Ali me encolhi de novo.
E quando meu outro lado aliviado estava para se virar e ir embora, seguindo a mesma saga agora pela terceira vez. Aquele meu eu encolhido cresceu, e como aquele lado que na primeira vez negou o cargo sem questionar a ninguém, agora reagiu:
– NÃO. Então não dá mais pra mim, afirmei.
– Oi?, respondeu o diretor sem entender o ímpeto.
– Eu estou pedindo minha demissão. Não posso seguir essa saga pela terceira vez. Preciso me responsabilizar, conclui.
Nesse momento aquele lado meu controlador, impetuoso, ficou confuso. Talvez pela forma como essa parte de mim apareceu. Se posicionou, cresceu. E para minha surpresa interior, o que eu achei que seria um turbilhão interno… esses dois lados se abraçaram.
Encararam juntos o sim para uma primeira vez, uma primeira vez de vamos nos dar as mãos, vamos seguir fortes juntos, vamos enfrentar o novo.
Eu estava leve.
A partir dali, quantas primeiras vezes.
Entrei em muitas empresas através do meu novo trabalho que era uma consultoria, conheci muita gente, experimentei muitas técnicas novas, conheci muitos lugares.
Muitas primeiras vezes, eu me arrisquei, eu cresci!
E essas experiências tem me movido.
E apesar de algumas delas fazerem meu coração gelar, minhas mãos suarem, eu sigo enfrentando todas elas. Encarando bem no fundo dos olhos de frente, desafiando-as como uma leoa, forte!
E essa adrenalina me move a cada dia, me recupera e me intensifica a seguir diariamente, infinitamente meu propósito.
Vamos?
Vamos hoje encarar aquela experiência que tem lhe paralisado, o medo?
Que tal uma experiência nova?
Uma primeira vez?
Vamos expandir nossa consciência, vamos romper fronteiras. Vamos gerar ações que transformem nossas vidas, nossos destinos.
Primeira vez….
Que tal acessar aqui o seu diário de primeiras vezes.
Quanto tempo faz que você saiu da sua zona de controle para encarar uma primeira vez?
A primeira vez para tudo é um mix de sentimentos estranhos de excitação e medo, mas que quando enfrentados diante da primeira vez da realização de algo novo vai se organizando e adaptando em mais uma experiência que conforme forem sendo repetidas vão se encaixar na sua zona de controle de tudo que você já sabe e faz, tornando-o alguém mais experiente e consequentemente mais forte.

Cynthia Lemos é Psicóloga Empresarial e Coach na Grandy Desenvolvimento Humano. Especialista no Desenvolvimento de Líderes e Empresas tem a missão de: Expandir a Consciência e Gerar Ações Transformadoras – para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos. Email: cynthia@grandy.com.br