Confinamento: uma estratégia de lucratividade que precisa ser planejada

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A demanda crescente por alimentos e a diminuição de áreas produtivas no Brasil, evidenciam a necessidade de evolução e incremento de tecnologias que impulsionem a produtividade na pecuária. Se compararmos a criação de animais com a agricultura, a primeira já sairá na desvantagem pelo desequilíbrio entre os níveis tecnológicos com que são conduzidos na maioria dos projetos pecuários no país.

Mas, apesar desse cenário, ainda é possível ser competitivo na produção de carne bovina. A técnica de confinar bois, por exemplo, pode ser usada de forma estratégica para aproveitar melhor os recursos disponíveis na propriedade, uma opção de manejo para aliviar os pastos na seca, aumentar o giro da fazenda, colocar no mercado uma carne de melhor qualidade e aumentar a produção do produto por área, ou pela possibilidade de o produtor conseguir preços melhores de venda dos bois.

Existe ainda, a possibilidade de enviar animais para acabamento em confinamentos de terceiros nas modalidades de pagamento de diárias e/ou parcerias, estratégia muito interessante para aquele produtor que intensifica a recria de seus animais no período das águas, produzindo uma arroba com custo mais baixo, e utilizando o confinamento para realizar o acabamento dos animais e liberar as áreas de pastagem da propriedade no período seco.

Mesmo com os avanços em termos de manejo de pastagens e estratégias de produção de carne a pasto, o confinamento não deixa de ser essencial quando falamos de rentabilidade e competitividade da pecuária de corte. Ainda com as evoluções tecnológicas na produção a pasto, essas apresentam limites operacionais ou mesmo de área, e que fazem do confinamento uma opção viável para aumento de produtividade.

No entanto, por ser uma estratégia de ciclo curto, 80-120 dias em média, deve ser muito bem planejada e conduzida para proporcionar o máximo retorno sobre o capital investido. Qualquer que seja a escolha do pecuarista alguns pontos são fundamentais para o sucesso da atividade e a maximização dos lucros.

Manejo pré-confinamento

Com foco na fase final da engorda, muitas vezes nos esquecemos que o manejo inadequado no pré-confinamento pode prejudicar os ganhos zootécnicos. É comum observarmos casos em que o ganho de peso dos animais nesta etapa serve apenas para recuperar algo que ele perdeu antes.

Um estudo recente elaborado pelo pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Gustavo Rezende Siqueira, apontou que o manejo inadequado pré-confinamento pode gerar queda de até 10% no desempenho animal.

Neste sentido é importante considerar a suplementação a pasto antes do confinamento. Pesquisas mostram que está prática ocasiona desempenho superior, principalmente quando se avaliam índices de conversão alimentar, eficiência biológico, ganho em carcaça e quantidades de arrobas produzidas.

Com uma nutrição prévia adequada mesmo que o animal viaje longas distâncias, as chances de resposta no confinamento são muito favoráveis. Sendo assim, o pecuarista pode trabalhar com 30 a 60 dias antes desse animal vir para o cocho para a pré-adaptação na fazenda.

Qualidade genética dos animais

Outro fator importante que afeta a performance dos animais no confinamento é a genética. Gados geneticamente superiores tem melhor desempenho zootécnico, com maiores ganhos em peso, conversão alimentar e eficiência biológica.

Para isso, o pecuarista precisa avaliar as condições da fazenda e escolher os melhores animais para reprodução do rebanho, considerando as características de clima, região e o tipo de mercado que deseja atingir com a produção final.

Planejamento alimentar do confinamento

Assim como o manejo pré-confinamento, é fundamental que o pecuarista estabeleça uma estratégia de escolha e compra dos insumos que serão usados para composição das dietas. Essa prática facilita a programação do confinamento e pode garantir boas oportunidade de aquisição dos produtos à preços atrativos.

Manejo de fornecimento da dieta

Mas como definir o fornecimento da dieta? Nesta fase o produtor precisa considerar a estrutura física do confinamento, quantidade e qualidade dos equipamentos disponíveis, além da variação média da temperatura ambiente. Para isso, é preciso realizar a verificação regular do clima por uma equipe externa ao confinamento.

Avaliações constantes de desempenho

É fundamental, também, coletar e analisar regularmente os dados de desempenho dos animais, assim é possível verificar se o que foi programado está sendo alcançado e, o mais importante, se algo precisa ser corrigido.

Controle de fornecimento de dieta e custos do confinamento

O fornecimento das dietas e, consequentemente o custo da atividade, também devem ser controlados diariamente através do preenchimento de planilhas e/ou programas específicos, que emitirão relatórios diários para serem analisados pela equipe do confinamento e também por uma equipe externa.

Pensando na necessidade de toda programação e estratégia relacionada ao confinamento, a Integral, marca de Nutrição da Cargill, realiza o trabalho de orientação à campo, auxiliando clientes no planejamento, condução e gestão dos negócios, sempre com o foco no lucro da atividade.

A empresa também realiza frequentes treinamentos com a equipe de técnicos e clientes, objetivando qualificar cada vez mais a mão de obra responsável pelo dia a dia das fazendas e que tem um papel fundamental para se alcançar os objetivos que foram traçados para o negócio.

Por Luiz Henrique Dantas Carrijo, Diretor Técnico da Integral/Cargill Nutrição Animal