Na turma da professora Ana Carolina Guimarães há, hoje, desde crianças que já conseguem ler textos com facilidade até os alunos que, aos 8 ou 9 anos de idade, ainda sequer criaram familiaridade com todas as letras do alfabeto.
O cenário da volta às aulas preocupou a professora do 3° ano do ensino fundamental 1 na Escola Estadual São Bento, em Belo Horizonte (MG) – que por enquanto está funcionando em modelo híbrido, em que as crianças alternam entre uma semana na escola e uma semana no ensino remoto.
A preocupação da professora se deve ao fato de que, em condições normais, na 3ª série, as crianças já costumam estar na fase final do aprendizado básico de leitura e escrita.
"Todos os alunos teriam que estar lendo, e não é a realidade. Percebemos que há uma carência nesse retorno às aulas e que a alfabetização foi muito afetada pela pandemia", diz Guimarães à BBC News Brasil.
Crianças vulneráveis de 5 a 10 anos de idade – e, portanto, as que cursam o final da educação infantil e todo o ensino fundamental 1 – foram um grupo particularmente sensível às dificuldades dos mais de 18 meses de ensino à distância na pandemia. É porque elas estão em uma fase crucial de seu desenvolvimento escolar: a da alfabetização e da consolidação da leitura, da escrita e dos fundamentos matemáticos.
Fonte: BBC