O Parlamento iraquiano tem um "plano de contingência" para o caso de uma retirada antecipada das tropas americanas do país. Embora o país tenha assinado um pacto com os Estados Unidos que estende a permanência dos soldados até 2011, os legisladores reconhecem que a retirada pode ser antecipada com a posse do democrata Barack Obama, que prometeu retirar as tropas de combate em 16 meses.
A informação foi publicada nesta quarta-feira no jornal governamental "Al Sabah", que cita Abbas al Bayati, membro da Comissão de Defesa e Segurança do Parlamento do Iraque.
"O governo [do Iraque] está preparado para enfrentar qualquer emergência, incluindo o vazio deixado por qualquer retirada de tropas dos EUA", afirmou o deputado.
"De qualquer forma, nós já temos um "plano B" no qual teremos a habilidade de destacar qualquer tropas necessárias para qualquer área perigosa do Iraque", disse Al Bayati. "Nós somos capazes de controlar a situação no país e nós acreditamos que passamos pelo pior, apesar da falta de um poder de artilharia e aéreo".
Em seu discurso de posse presidencial, Obama reiterou a promessa de retirada durante seu mandato a retirada, mas reiterou que a fará de maneira "responsável".
Segundo o legislador iraquiano, o anúncio coincide com o calendário fixado no final do ano passado entre EUA e Iraque para retirar as tropas americanas de território iraquiano antes de 2011.
O porta-voz do governo iraquiano, Ali al Dabbagh, afirmou que os iraquianos se preocupam com a retirada repentina das forças americanas, mas que estão dispostos a colaborar com a saída das tropas antes da data fixada pelo acordo assinado sob o governo de George W. Bush.
Ele reflete um sentimento comum a boa parte dos iraquianos, que esperam pelo dia em que retomaram o controle de seu país, mas temem os efeitos da saída das tropas americanas, incluindo uma guerra civil e a volta da violência sectária sem um governo de união.
Para debater estratégias para a retirada das tropas do Iraque, Obama deve se reunir nesta quarta-feira com a cúpula do Pentágono.
Na reunião, estarão o secretário da Defesa, Robert Gates, o chefe do Estado-Maior, almirante Mike Mullen, e o comandante do Comando Central, general David Petraeus. Por meio de videoconferência, participarão ainda o general Ray Odierno, responsável pelas tropas americanas no Iraque, e seu colega no Afeganistão, David McKiernan.
