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sexta-feira, novembro 29, 2024

Com mais de 1,4 mil pessoas, Braseiro se consolida como maior churrasco do Centro-Oeste

Intitulado a vitrine da carne de Mato Grosso, o Festival Braseiro realizado neste sábado (19) em Rondonópolis (220 km ao sul de Cuiabá) superou todas as expectativas em número de público e recorde de consumo. Mais de 1.400 pessoas compareceram ao evento e juntas foram responsáveis pelo consumo de 2,5 toneladas de carne e mais de 6 mil litros de bebidas, em 12 horas de evento.

Apesar de inspirado em grandes eventos nacionais e internacionais de mostra gastronômica, o Festival Braseiro em sua primeira edição já nasceu forte e tem a promoção social como sua principal proposta. Somado a isso, o objetivo de tornar o evento referência nacional na divulgação da carne produzida em Mato Grosso conquistou os produtores rurais e profissionais autônomos, garantindo o sucesso do evento.

Do valor arrecadado com os ingressos, 70% serão revertidos para a construção de uma padaria na Comunidade Terapêutica Divina Providência, que trabalha para a reabilitação de dependentes químicos em Rondonópolis. A iniciativa partiu do pecuarista Marco Túlio, e um grupo de amigos. Os organizadores avaliam a realização do próximo Braseiro em Cuiabá, onde os mesmos 70% serão destinados ao atendimento de uma instituição.

“O cunho social foi o motivo para realizarmos o Braseiro, atrelado a isso percebemos que a qualidade da carne produzida no estado não era conhecida pelos mato-grossenses, então decidimos oportunizar a sociedade degustar essa carne, que é mais conhecida no exterior. O resultado foi incrível: houve união de esforços entre os mais diferentes parceiros, produtores rurais, profissionais liberais”, descreve Marco Tulio.

O pecuarista completa que: “todos unidos em prol do social e da nossa produção pecuária, que compõe a grande mola propulsora chamada agronegócio, é responsável por 90% do PIB [Produto Interno Bruto] dos municípios em Mato Grosso”.

WAGYU – O maior churrasco do Centro-Oeste trouxe chefs de municípios tradicionais na criação do gado de corte como Juína, Tangará da Serra, Cuiabá, Pontes e Lacerda, Cuiabá, e Rondonópolis, todos especialistas no preparo de cortes nobres de raças como Nelore, Senepol, Angus e da especialíssima raça japonesa Wagyu.

Entre os cortes estava o “kobe beef”, uma carne proveniente de bois da raça Wagyu, de origem japonesa, cujo quilo pode chegar a US$ 1.000, uma das carnes mais caras do mundo. No Brasil, a carne pode ser encontrada por um preço mais baixo, cerca de R$ 550 o quilo da picanha e R$ 440 do contrafilé.

A justificativa para o alto preço está no fato da raça Wagyu produzir carne com muita gordura entre as fibras, o que a torna mais macia e saborosa. A carne é classificada de acordo com seu grau de marmoreio, ou seja, a quantidade de gordura entremeada. Quanto maior a quantidade de gordura, melhor a avaliação que ela recebe.

O pecuarista Jorge Basílio cria Wagyo há mais de oito anos no município de Juína, o único plantel da raça em Mato Grosso. Ele conta que no início da criação temia pela adaptação do gado em região de alta temperatura como Mato Grosso. Hoje, com a raça já adaptada e um plantel de 250 cabeças, Basílio concentra suas vendas no atendimento do comércio entorno do município.

“O Braseiro é uma ótima oportunidade para demonstrarmos a qualidade e a variedade da carne produzida com muita competência em Mato Grosso. Precisamos divulgar nosso potencial, nos fazer conhecer inclusive em nosso próprio estado, nós vencemos muitas barreiras para atingir a competência e a qualidade que temos hoje”, disse Jorge Basílio, que foi chef do stand que servia Wagyo assado, acompanhado por queijo coalho e geleia de pimenta.

ESPECIALIDADES – A técnica norueguesa de maturação da carne a seco foi outra das especiarias levadas ao Braseiro. O Dry-Aged consiste no armazenamento da carne em temperatura controlada entre 2ºC e 3ºC com umidade relativa de 85% por cerca de 60 dias. Nestas condições, a chef do stand Dry-Aged e diretora-executiva do Grupo Celeiro, Cristiane Rabaioli, explica que a técnica permite a quebra das fibras da carne que resultam em uma melhor maciez e sabor diferenciado.

“O melhor resultado alcançado pela técnica está no uso de carne da raça Angus, definido pela quantidade de marmoreio da carne [destaque nesta raça]. Quanto mais marmoreada, melhor o resultado. Temos atingido resultados bem parecidos com o uso da carne de Nelore, apesar do menor teor de marmoreio [gordura entremeada]”, acrescenta Cristiane.

Entre os 1.400 visitantes da feira que fizeram questão de dar apoio à causa social, estiveram o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), Luciano Vacari, e o agropecuarista e presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos de Mato Grosso (AGER), Eduardo Moura.

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