Pelo menos 15% dos eleitores devem demorar mais tempo para escolher seus candidatos nas urnas este ano. Nas eleições que ocorrerão no dia 5 de outubro, mais de 21 milhões de brasileiros usarão a biometria para se identificar.
A experiência de 2010, quando ocorreu o último pleito majoritário para escolha de presidente, governadores, senadores e deputados, mostrou que, pelo novo sistema, cada pessoa gasta, em média, 20 segundos a mais do que os que usam a identificação manual. Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estimam que, com as melhorias e os testes feitos desde 2008, cada eleitor deve gastar, este ano, cerca de um minuto e 14 segundos para votar, cinco segundos a mais do que o registrado na última eleição majoritária. O tempo é uma média que considera tanto o sistema convencional como a identificação biométrica e é calculado do momento em que o eleitor se identifica perante o mesário e se dirige à urna até o instante em que confirma o último dos cinco votos – para presidente da República.
Considerando o total de 142 milhões de pessoas que devem votar, a soma desse tempo excedente pode interferir em alguns processos no dia do pleito. Apenas pelo sistema biométrico são 13 milhões de pessoas a mais do que em 2010. Ainda assim, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, garante que as votações serão encerradas, normalmente, às 17h, como nos anos anteriores, respeitados os fusos horários.
“Não existe um acréscimo considerável se comparamos com o benefício que [a identificação biométrica] traz”, disse ao ressaltar a segurança garantida com a biometria, identificação feita pelas digitais de cada eleitor. “Além disso, estabelecemos um teto de eleitores por seção com o objetivo de evitar que esse pequeno acréscimo, de algo em torno de 20 segundos, venha a causar impacto na formação de filas. Diminuímos o número de eleitores em algumas seções”, explica.
Ele admite que há possibilidade de problemas na identificação das digitais de algumas pessoas, como as que trabalham em atividades que desgastam as mãos, como lavouras, ou com a manipulação de produtos químicos. “Esse tipo de cenário possibilita, no momento da identificação, o não reconhecimento do eleitor. Quando o software não consegue ler o número de minúcias na digital, o procedimento é feito na forma convencional”, destaca.
No novo sistema, são feitas oito tentativas para cada eleitor, considerando as digitais dos dedos polegares e indicadores de cada mão. Nas últimas eleições, o índice de não reconhecimento foi quase 4%. “Nossa expectativa é que índice seja mantido porque é muito aceitável”, avalia.
A porcentagem nestas eleições será calculada sobre um número maior de pessoas. Apesar de não acreditar na extensão do horário de votação, o secretário do TSE admite que a divulgação dos resultados pode sair mais tarde do que a do último pleito geral. Em 2010, a Justiça Eleitoral bateu recorde na apuração, com a conclusão por volta das 20h.
“Nosso compromisso é apresentar o resultado final no mesmo dia da eleição. Investimos muito sempre na melhoria do processo, mas nosso objetivo principal é a segurança, precisão e transparência do processo eleitoral. A velocidade é importante para a questão da segurança, mas é um requisito secundário”, afirmou Janino.
Pelo processo biométrico, no dia da votação, o mesário terá que digitar o número de inscrição no microterminal da urna e o eleitor colocará o dedo no leitor ótico. Depois que o programa faz a conferência da digital, a urna será destravada para que o eleitor vote. Se não puder ser reconhecido pelas digitais, o eleitor deverá apresentar um documento com foto e o mesário vai conferir os dados pela folha de votação.
A identificação biométrica será usada em 762 municípios, incluindo 15 capitais. Em algumas cidades, a identificação de eleitores será mista, com a biometria e o método tradicional.
A recomendação do TSE para acelerar a votação é que o eleitor imprima o documento disponibilizado no site do órgão para anotar o número de seus candidatos e leve a “cola” para a urna. Para as eleições de 2018, a meta é que todos os eleitores sejam identificados pela biometria.
Ordem de votação
Em 2014, o primeiro voto na urna é composto de cinco números e diz respeito a escolha para deputado estadual. Após digitar, conferir a foto do candidato e confirmar no botão verde, o eleitor vai para o segundo quadro, onde irá escolher o seu deputado federal, que terá quatro números a serem preenchidos na tela. O terceiro voto, por sua vez, terá apenas três digitos e escolherá o senador. Logo após, será a vez que escolher quem comandará o estado pelos próximos quatro anos com números para o governador. Por último, fecha a votação os dois números do presidente da república.
Da Redação com Agência Brasil