Cícero justifica a sua fama, o seu bom atendimento, sobretudo o tempero do seu churrasquinho na feira da Vila Aurora todas as sextas feiras “atendo a todos com carinho.” Mas se alguém procura-lo pelo nome de Cícero dificilmente irá encontrá-lo. Mas a sua clientela já se acostumou com o seu apelido ajeitado pela sua risada, ele é o famoso Risadinha do espeto. Dono de uma sonora gargalhada inconfundível atrai assim a cada dia novos clientes que vão divulgando boca a boca o seu inconfundível tempero. Na feira de Vila Aurora o seu estande do espeto é parada obrigatória para os amantes do bom churrasquinho, vamos conhecer um pouco mais da sua trajetória de vida desse cidadão que já faz parte das coisas boas que a cidade tem.
Jornal Folha Regional: Fale um pouco sobre os momentos de sua infância junto aos seus familiares:
Cícero: Eu nasci no Estado do Rio Grande do Norte, meus pais José Levino Ferreira e Minha mãe Josefa Martins trabalhavam na lavoura, foi uma infância alegre e feliz. Passei pouco tempo no Rio Grande do Norte, logo os meus pais e mais quatro famílias fomos de mudança para o Estado de Goiás onde trabalharam também na lavoura e em uma olaria, moramos em Goiás durante 10 anos. Quanto aos meus familiares, eu tenho mais quatro irmãos Jose Zuite, Francisco Levino, Manoel Levino e Maria Levino.
JFR: Como foi a chegada da família em Mato Grosso?
Cícero: Nós mudamos inicialmente para a cidade de Poxoréo, meu pai procurava um lugar onde tivesse mais condições de criar os filhos, naquele tempo havia muito serviço braçal na lavoura, e nos tínhamos que frequentar a escola. A única alternativa era estar mais próximos da escola, meus pais foram de mudança inicialmente para Poxoréo onde residiram durante 6 anos na região denominada naquela época de Pequi. Posteriormente viemos para Rondonópolis chegamos aqui no dia 8 de Junho de 1963 foi uma mudança muito favorável para todos nós.
JFR: Quais foram as suas atividades em Rondonópolis?
Cícero: Eu comecei a minha vida em Rondonópolis vendendo picolés, e fiquei no setor durante 3 meses e 5 dias, cheguei a ganhar até 3 salários por mês. Depois passei a vender espetinhos na Praça dos Carreiros, lá começou o espetinho.
JFR: Como foi a sua transferência para a feira da Vila Aurora?
Cícero: O prefeito Carlos Bezerra construiu o pátio da feira livre coberta da Vila Aurora , inaugurada na década de 1980, eu imediatamente mudei para cá, estou aqui há mais de 30 anos. No inicio não me deixaram trabalhar dentro da feira eu ficava na parte de fora chegaram até a prender o meu carrinho de espeto. Hoje é diferente estou com 82 anos e muito feliz nesta profissão que abracei adoro os meus clientes que a cada dia aumentam mais.
JFR: Você atende a eventos em empresas, aniversários casamento, batizados etc..?
Cícero: Eu já fiz muitas festas em Rondonópolis, casamentos, batizados e aniversários, trabalhei na ABR com o Agnaldo Lucena, com o conjunto do Marinho e seus Beat Boys. Até hoje tenho saudade do Agnaldo Lucena ele me deixou livre para trabalhar tanto dentro como fora da ABR.
JFR: Como surgiu esse apelido Risadinha?
Cícero: Em certa ocasião eu viajei para Natal no Rio Grande do Norte, fui passear rever meus amigos, quando eu cheguei, todos passaram a me chamar de Risadinha, aconteceu naturalmente. A minha risada é muita alta e todos ouvem, e sabem que é uma gargalhada de felicidade, é assim que me sinto muito feliz vendendo espetinho na feira da Vila Aurora. Quero agradecer aos meus clientes e muitos amigos que tenho nesta cidade, obrigado pela preferência. Enquanto Deus me der saúde quero continuar servindo sempre as novas gerações.
