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segunda-feira, novembro 25, 2024

CGU aponta sobrepreço de R$ 1,59 bilhão em licitação de materiais escolares do Governo Federal

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), comandado por aliados políticos do governo Bolsonaro, abriu uma licitação para comprar dez milhões de mesas e cadeiras escolares que entrou na mira da Controladoria-Geral da União (CGU).Um relatório do órgão aponta um potencial sobrepreço de R$ 1,59 bilhão, além de avaliar que o material encomendado era o dobro do considerado necessário. As informações foram divulgadas hoje (01) em reportagem do jornal O Globo.

A auditoria da CGU constatou até mesmo valores digitados ou associados a itens errados que provocariam um prejuízo de R$ 176 milhões aos cofres públicos.

Considerado um dos pregões mais cobiçados no FNDE, a compra de mesas e cadeiras para escolas em diferentes municípios e estados foi orçada inicialmente pelo órgão em R$ 6,3 bilhões.

IRREGULARIDADES

Tão logo foi lançado, em janeiro deste ano, o edital chamou a atenção de técnicos da CGU por algumas falhas como no processo de pesquisa de preços de mercado e na quantidade de itens que seriam comprados. Essa fase, que antecede a licitação, serve para evitar pagamentos superfaturados ou aquisição de quantidade desnecessária de itens.

De acordo com o documento obtido pelo jornal, a média de preços estaria 165% acima dos valores coletados pelo sistema de compras do governo federal e 41% acima do preço de mercado praticado pela internet.

Também levantam suspeitas no caso as poucas propostas recebidas pelo governo federal. Ao todo, apenas oito ofertas de empresas foram feitas, volume considerado insuficiente pelo volume financeiro do edital.

Entre as ofertas consta ainda a de empresas que não possuem funcionários nem capacidade física para produzir a quantidade solicitada de mobiliário pelo governo. “Essa situação caracteriza a inexistência de estrutura fabril ou qualquer espaço físico adequado para a produção do mobiliário licitado”, diz um trecho do relatório da CGU.

Segundo o órgão, “não foram identificados documentos ou estudos técnicos que indiquem de que forma foi avaliado se as empresas consultadas possuem condições para fornecer os bens licitados, e que estariam aptas, aptas, portanto, a apresentar propostas competitivas e compatíveis com o porte da licitação”.

Para a CGU, está demonstrado que a metodologia utilizada pelo governo Bolsonaro para a compra dos bens foi inadequada. “Somente com a revisão dos quantitativos a serem adquiridos, após recomendação da CGU, obteve a redução de 52,5% dos itens a serem serem adquiridos, após recomendação da CGU, obteve a redução de 52,5% dos itens a serem adquiridos, demonstrando que a metodologia inicialmente prevista estava inadequada”.

OUTRO LADO

Apesar dos apontamentos, o FNDE, controlado pelo Centrão, nega as irregularidades e alega ter suspendido o pregão por decisão própria.

“Esclarecemos que não houve erro de digitação na planilha de estimativa de preços. O que ocorreu foi a divergência de resultados decorrentes da busca por itens com especificações diferentes em um mesmo pregão. […] Tampouco houve erro no quantitativo estimado de itens. A CGU sugeriu um recorte diferente do que foi definido pelo FNDE”, diz o fundo em nota enviada ao jornal.

Vale lembrar que o FNDE foi o centro também de vários escândalos de corrupção no atual governo. É de lá que saiam as verbas negociadas por pastores após o suposto pagamento de propina. Os recursos do fundo também foram usados de forma eleitoreira para beneficiar aliados do governo com anúncios de escolas fake, aquelas que, apesar de constarem nas divulgações de políticos, não possuem recursos suficientes para saírem do papel.

Em outro caso, ônibus escolares foram adquiridos com sobrepreço e entregues em municípios comandados por aliados do atual presidente e de membros do Centrão. Há ainda o escândalos na aquisição de kits de robótica superfaturados e entregues para escolas que não possuem internet ou saneamento básico.

Da Redação (com informações da Agência Globo)

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