ECONOMIA

Bancários estão redescobrindo o Sindicato, diz candidato à presidência

Modernizar a comunicação e se ajustar à nova realidade dos trabalhadores. Em resumo estas são as prioridades apontadas por Almir Araújo, candidato a presidente na única chapa inscrita para a eleição da nova diretoria do Sindicato dos Bancários de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso. A eleição será no dia 27 de maio e contará com a participação de bancários dos 19 municípios.

“A comunicação precisa ser instantânea. As coisas estão acontecendo com muita velocidade e devemos estar preparados para agir com a rapidez necessária. Vamos usar mais a tecnologia para melhorar a interação”, explica Almir.

Bancário há 34 anos, Almir já integrou várias gestões do sindicato e acompanhou de perto a transformação ocorrida no setor nas últimas décadas. Ele conta que quando começou a trabalhar os bancos utilizavam malotes, telégrafos e tudo era feito de forma presencial. Depois vieram os caixas eletrônicos e um intenso processo de automação, acelerado pela pandemia.

“Hoje muita gente trabalha em home office e algumas agências já nem tem bancários atuando na função de caixa. Mudou muita coisa e o sindicato também precisa se transformar. Precisamos nos ajustar às novas tecnologias, às novas formas de trabalho”, destaca. “Continuaremos fazendo as visitas presenciais, mas precisamos também conversar com aquele trabalhador que não está na agência”.

REFORÇO

A mudança na forma de comunicação visa também ampliar o número de filiados. É que além da redução causada pelo fechamento de agências e de postos de trabalho, as transformações geraram um desinteresse dos bancários pela organização sindical.

 “Tivemos uma redução acentuada no número de filiados. Mas tenho visto renascer o interesse da categoria pelo sindicato. Isso é importante. É impossível fazer política sindical sem os filiados”, destaca.

Entre os motivos apontados para essa ‘redescoberta’ do sindicato, Almir destaca os problemas causados pelas novas formas de exploração dos trabalhadores. Junto as metas cada vez mais pesadas, os bancários são obrigados a se desdobrar na execução de várias funções.

Com menos funcionários, aumentaram também as filas e as reclamações de clientes – provocando situações de estresse contínuo.

“A pressão hoje é enorme e muitas vezes isso se traduz em problemas de saúde. Hoje temos poucos casos de LER/DORT (lesões físicas causadas por esforço repetitivo), mas explodiram os casos de transtornos mentais – como a depressão e a síndrome de Burnout”, exemplifica.

A ameaça aos direitos adquiridos ao longo de décadas é outro fator que tem levado muitos bancários a se reaproximarem do sindicato. A categoria é uma das poucas que conseguiu ganhos reais nas negociações salariais nos últimos anos e conta com vários benefícios que foram frutos da luta sindical – como o ticket alimentação, a participação nos lucros, auxílio creche, auxílio babá entre outros.

“Às vezes o bancário pensava que isso era ‘dado’ pelos bancos. Mas, além de conquistar esses direitos, é o sindicato que atua na fiscalização e faz a cobrança por melhores serviços dos planos de saúde, previdência e condições de trabalho. A categoria está compreendendo que sem o sindicato tudo isso pode se perder”, ressalta.

A chapa que disputa a eleição do sindicato pretende reforçar esse diálogo com os bancários e também fortalecer no âmbito regional o debate sobre a incorporação de outras categorias que hoje executam serviços bancários – entre elas os funcionários de lotéricas e das cooperativas de crédito.

 

Eduardo Ramos – Da Redação

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