Secretária defende a luta pela igualdade salarial como um desafio para todos
Reduzir a diferença de até 30% do salário da mulher, com relação a remuneração do homem que ocupa o mesmo cargo no Brasil. Esse, na opinião da secretária de Educação de Rondonópolis, Ana Carla Muniz, é o desafio de todos da sociedade que desejam assegurar que a juventude feminina tenha melhores condições financeiras e a liberdade de serem amadas de forma digna. Ela aponta as políticas públicas desenvolvidas como fator capaz ajudar a promover igualdade de direitos.
Ana Carla defendeu a igualdade salarial depois de revelar dados alarmantes da violência doméstica no discurso feito durante a solenidade de abertura do Mês da Mulher, realizada na tarde desta sexta-feira (1º), no auditório da Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus. O alerta da secretária é para que a população ingresse na luta de trabalhar em conjunto para reduzir a diferença ao menos aos índices da América Latina que é de um salário da mulher 17% menor e até da Europa com 15%.
Além das empresas do Brasil pagarem um salário até 30% menor para as trabalhadoras, Ana Carla apresentou índices da Secretaria de Políticas para as Mulheres e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômico – Dieese que mostram que quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica ou sofreram algum tipo de agressão. “Os dados revelam que a cada 25 segundos uma mulher é espancada no Brasil”, conta a secretária.
Diante de um público de maioria feminina, Ana Carla revelou ainda a trágica estatística de 92 mil mulheres que morreram vítimas de violência domésticas, nos últimos 30 anos, no país. Ela lembrou ainda que mais de 80% dos casos estão relacionados ao consumo de bebida alcoólica. Em contrapartida, observa a secretária, a mulher brasileira é amparada pela terceira melhor legislação do mundo. Esta é a classificação da Lei Maria da Penha feita pela ONU.
Capacidade
A secretária Ana Carla compara ainda que a mulher com remuneração menor é que está mais preparada para atender as exigências do mercado de trabalho. Ela acrescenta que os levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE mostram que o número de mulheres com formação acadêmica é bem superior ao dos homens. “O homem ganha mais. Mas, é a mulher que detém mais conhecimento e está capacitada para o mercado de trabalho. Porque então, nós mulheres não ganhamos igual a eles” questiona. Na opinião da secretária, esse é o debate que todos devem fazer.
A expectativa da secretária é que o Mês da Mulher sirva de palco para o debate em prol da igualdade de direitos e equiparação salarial entre homens e mulheres. “Espero que esses dias sirvam para debatermos e avaliarmos o quanto temos que avançar nas políticas voltadas para a mulher. Eu me coloco disposição”, oferece.
O Mês da Mulher conta com uma extensa programação desenvolvida pela administração municipal, por meio da Secretaria de Saúde, que segue até o dia 29 de março. A proposta é promover a prevenção de doenças e levar mais qualidade de vida e bem-estar para a população feminina. O Conselho da Mulher é parceiro da prefeitura nas diversas atividades que reúnem palestras educativas, cursos e oficinas, mutirão de serviços, caminhada e eventos de confraternização e lazer.
A solenidade de abertura contou com a participação da ex-vice-prefeita Marília Salles; a gerente do Departamento de Ações Programáticas, Eliane Ormund; e do Departamento de Saúde Coletiva, Rosana Zucato; além da presidente do Conselho da Mulher, Mara Oliveira, que fez questão de agradecer a presença de homens e mulheres no evento comemorativo à mulher rondonopolitana.
O evento no auditório da Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus foi prestigiado também pelo secretário-adjunto da Saúde, Carlos Naves; a sargento PM, Joilma Tavares e os vereadores Cido Silva e Mauro Campos e a suplente Luciene Soares de Lima; além do Frei Nelson Bernardes Martins que celebrou a benção no início da solenidade.
Fonte:Portal da Pref.Municipal
