O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sustentou, nesta segunda-feira (12), que não há nenhuma restrição à convocação do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e de André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), para prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos – O governo apóia a convocação dos dois para saber o que efetivamente aconteceu. O governo não teme nada. Antes, quer ver todos os fatos esclarecidos – disse Romero Jucá, referindo-se à troca de e-mails entre Aparecido e Fernandes, por meio da qual o primeiro teria vazado para o segundo informações sobre gastos com cartões corporativos durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A utilização do anexo de uma mensagem para encaminhar o que vem sendo chamado de "dossiê FHC" foi detectada em investigação da Polícia Federal. Aparecido e Fernandes são amigos de longa data e, nos e-mails divulgados pela imprensa, aparecem falando sobre assuntos pessoais. Uma das mensagens, no entanto, contém um arquivo anexado, cujo conteúdo foi repassado à imprensa. Enquanto a oposição acusa o governo de montar um dossiê para desmoralizar Fernando Henrique, e por tabela, as denúncias de gastos corporativos irregulares contra a gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o governo acusa Alvaro Dias de divulgar dados que teriam como destino apenas e tão somente o Tribunal de Contas da União (TCU). Nos últimos dias, a imprensa tem noticiado o temor do governo de que Aparecido viesse a fornecer à CPI Mista informações comprometedoras sobre a questão dos cartões corporativos. O próprio Aparecido teria confidenciado a algumas fontes a disposição de falar tudo o que sabe para não restar como um "bode expiatório", já que a ordem de montagem do suposto dossiê teria partido da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, braço-direito da ministra-chefe do órgão, Dilma Rousseff. Agência Senado