A equipe da candidata do PT, Dilma Rousseff, esquadrinhou as promessas e diagnósticos feitos pelo principal adversário dela na corrida presidencial. O objetivo foi buscar contradições no discurso do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) para usar hoje à noite, no primeiro debate entre os presidenciáveis, na Rede Bandeirantes, a partir das 22h. Os petistas dizem ter encontrado preciosidades em áreas como saúde e educação. A própria candidata deu uma pista: “Esse debate (da saúde) é importante, temos interesse em fazê-lo, mas não é o único. Queremos discutir educação e segurança também, que são assuntos com os quais a população se identifica”, disse Dilma.
A linha da candidata governista será partir para as comparações entre a administração de Lula e de Fernando Henrique Cardoso, numa tentativa de marcar com o telespectador que só ela será capaz de manter o que a população aplaude em um governo com mais de 70% de aprovação. Para isso, ela passou os últimos dias fazendo debates sobre todos os temas e terá, na hora do show, o auxílio de, pelo menos, 25 assessores, sem contar políticos aliados que prometem lotar a parte da plateia reservada ao PT e ao PMDB.
Os tucanos também não ficam atrás no quesito preparação. O estafe de Serra passou a maior parte do tempo coletando dados do governo para comparar com a administração de Serra em São Paulo e, ainda, os avanços na área da Saúde no tempo em que ele era ministro. “O Serra manterá toda a serenidade possível nesse debate e vai tratar de mostrar o que todos já sabem: que ele é o mais capacitado para administrar o Brasil e tem mais experiência nessa área”, afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
Marina Silva, por sua vez, se prepara para mostrar que é a única capaz de conciliar o que houve de bom nos dois governos que o país viveu nos últimos 16 anos: oito de PSDB e oito de PT. Portanto, caberia a ela fazer a melhor síntese dos avanços obtidos pelos dois governos. Ontem, ela passou por intenso treinamento com assessores.
Saúde é questão crucial
A peregrinação interminável por hospitais da rede pública em busca de internação para a sobrinha com câncer solidificou uma certeza na cabeça da eleitora Liliane Gomes da Silva, 49 anos. Em outubro, ela utilizará a urna eletrônica para votar no candidato à Presidência da República que apresentar as melhores propostas para a área de Saúde. “Na hora em que mais precisamos do sistema público de saúde, esbarramos na péssima qualidade do atendimento, na falta de médicos e em muita burocracia”, dispara a profissional autônoma. Abordada com frequência pelos três principais candidatos — José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT) —, a saúde deve ser o ponto central trabalhado no debate presidencial de hoje à noite, na TV Bandeirantes. Mesmo porque, pesquisas indicam que o tema é prioridade para o brasileiro na hora de escolher o futuro presidente da República.
Uma nova prioridade
Na véspera do primeiro debate televisivo entre os presidenciáveis, a candidata do PV, Marina Silva, anunciou mais uma bandeira para tornar o discurso mais próximo do grande eleitorado. A senadora licenciada, que deu início à campanha com discurso muito focado em questões ambientais, informou ontem que apresentará já na próxima semana sua proposta de governo voltada para as mulheres pobres.
Marina passou o dia na capital paulista, em treinamento para o debate que será transmitido hoje, pela Rede Bandeirantes. A candidata fez apenas uma pausa para o anúncio. “Nosso programa de governo vai trazer esse foco. Como já fizemos na segurança e na educação, estamos fazendo na questão das mulheres pobres que necessitam de oportunidade para saírem da linha da pobreza”, informou. Uma das formas seria ampliar o acesso dessas chefes de família ao serviço de creches.
Fonte:Congresso em foco (folha online)