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sábado, novembro 23, 2024

Candidatos à presidência focam nos estados mais populosos e ignoram Centro Oeste

Com os três estados com mais votos do país, o Sudeste foi o principal destino das viagens da campanha do segundo turno tanto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto do presidente Jair Bolsonaro (PL). O Nordeste aparece em seguida como região mais visitada pelos candidatos à Presidência da República.

A estratégia de focar no Sudeste foi definida logo após o resultado do primeiro turno —4 em cada 10 votos de todo país saem da região. Bolsonaro venceu com diferença entre 7 e 12 pontos percentuais em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Lula ganhou apenas em Minas Gerais, com cinco pontos percentuais à frente.

Segundo levantamento feito pelo UOL, Lula e Bolsonaro concentram os esforços em municípios da Grande São Paulo —que registra quase metade dos votos do estado. Em seguida, aparecem Minas Gerais e Rio de Janeiro, que abrigaram grandes comícios.

Nenhum dos dois candidatos, no entanto, fez eventos no Centro-Oeste após o primeiro turno —o atual presidente venceu em todos os estados dessa região.

A campanha do PT esperava melhor desempenho de Lula entre o eleitorado paulista no primeiro turno —Bolsonaro ficou com 47,71% dos votos e o petista 40,89%. O ex-presidente chegou a dizer, logo após a apuração dos votos, que o estado seria o palco de um "confronto de ideais" e "programático" na campanha do segundo turno.

A polarização nacional se refletiu na disputa pelo governo estadual com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), do lado de Lula, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro. O apoiador do presidente ficou em primeiro lugar no dia 2 de outubro, o que foi visto como um "grande trunfo" para a campanha presidencial governista.

A equipe de Lula avalia que a região pode ajudar a manter a vantagem que o petista tem sobre Bolsonaro. Após o primeiro turno, o ex-presidente foi questionado por não ter marcado presença nas cidades do interior de São Paulo —onde perdeu na votação. Agora, na última semana de campanha, deve participar de atos em: 24/10: Osasco (SP); 25/10: Ribeirão Preto (SP); 27/10: Rio de Janeiro.

BOLSONARO
Enquanto Lula tenta marcar presença em território paulista, Bolsonaro conseguiu firmar aliança com o governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado na tentativa de se reeleger. O anúncio do tucano aconteceu dois dias após o primeiro turno.

Com a aliança selada, o presidente ganhou um palanque importante para o segundo turno —dois em cada 10 votos de todo o Brasil saem do estado.

Na última quinta-feira (20), Bolsonaro participou de um jantar no Palácio dos Bandeirantes e posou para fotos ao lado do governador com camisetas em verde e amarelo com o número 22 —o mesmo do presidente nas urnas.

A agenda foi marcada por diferentes simbolismos —um deles é que Bolsonaro foi recebido no mesmo espaço em que o então governador João Doria (sem partido) fez duras críticas à condução do presidente ao enfrentamento da pandemia de covid-19. No mesmo dia, Rodrigo subiu em um palanque com o candidato à reeleição para reafirmar seu apoio.

MINAS GERAIS
O estado mineiro é um dos grandes palcos da disputa entre Bolsonaro e Lula. Tradicionalmente, o candidato à Presidência que ganha em Minas Gerais também ganha no Brasil —a última vez que o feito não se repetiu foi nas eleições de 1950, quando Getúlio Vargas foi eleito.

Lula venceu no estado no primeiro turno com 48,29% dos votos —contra 43,60% de seu adversário. Por outro lado, o atual chefe do Executivo conseguiu para o segundo turno o apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo), que evitou declarar seu posicionamento antes.

As agendas dos candidatos são focadas no interior de Minas, mas também na capital Belo Horizonte. No fim de semana, Lula passou por três municípios. O petista venceu em 630 cidades mineiras, já Bolsonaro conseguiu ficar em primeiro em 233.

Enquanto Bolsonaro conseguiu a maioria dos votos do Sudeste, Lula venceu em todos os estados do Nordeste. A região é a segunda mais visitada pelos presidenciáveis na campanha do segundo turno.

O petista conquistou mais palanques políticos e o candidato à reeleição tem usado o espaço oferecido por lideranças evangélicas para conseguir votos de mulheres, indecisos e jovens.

Michelle Bolsonaro fez um tour pela região e visitou nove cidades diferentes ao lado da senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF).

 

Da Redação (com UOL)

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