A estética dos vídeos de campanhas políticas eleitorais costuma ser padrão. Geralmente são vídeos bem elaborados, com produção profissional, mas sempre seguindo certas diretrizes do ‘marketing político’.
Além da busca para atingir a maior parte dos eleitores, os vídeos também são submetidos à limitação do tempo da propaganda política e do custo dessas produções. Todos esses elementos acabam dificultando iniciativas que fujam à monotonia do horário político, uma das principais reclamações dos eleitores.
Entretanto, com o espaço ilimitado disponível na internet e com a popularização de softwares de edição de vídeo e equipamentos de filmagem, se torna viável inovar a abordagem dos candidatos. Mesmo com essas facilidades, na internet e nas redes sociais, a estética tradicional ainda predomina nos vídeos postados no YouTube.
Um caso de exploração das potencialidades das novas tecnologias em busca de uma estética diferenciada é do candidato ao Governo do Estado do Mato Grosso, Wilson Santos (PSDB). Sob a alcunha de “Caça-mitos”, paródia do programa “Caçadores de Mitos” do canal Discovery Channel, Wilson Santos apresenta vídeos de pouco mais de 3 minutos recheados de efeitos de edição e bom humor.
Esteticamente, os vídeos lembram – e muito – os recursos utilizados pelo programa CQC, da TV Bandeirantes. O programa usa animações sobrepostas às imagens do vídeo, agregando elementos cômicos ao contexto da reportagem.
No caso da campanha de Wilson Santos, os elementos visuais são utilizados para dar leveza aos conteúdos tratados nas produções que trazem a versão do candidato para fatos noticiados pela imprensa local.
Outro ponto característico dos vídeos do candidato mato-grossense é a participação de jovens apoiadores da campanha. Segundo o coordenador de mídias sociais de Santos, Mário Olímpio, a equipe responsável pelos vídeos é formada por jovens apoiadores de até 23 anos, que não trabalham de maneira profissional com produção de vídeos.
Oímpio afirma que os equipamentos usados nas gravações pertencem a quem produz os vídeos. São cerca de 25 pessoas, entre contratados e colaboradores. O coordenador explica que cada vídeo tem um custo médio de R$ 300. Segundo ele, foram destinados R$ 240.000 para campanha de Wilson Santos na internet. Esse valor representa menos de 2% do limite de gastos que o candidato declarou ao TRE-MT, que é de R$ 18 milhões.
Se na TV não adianta trocar de canal durante o horário político, nas redes sociais os candidatos precisam inventar novos jeitos para se destacar em meio a tanto conteúdo divertido à disposição do usuário na hora em que ele bem quiser.
Fonte:Olhar Direto