Caminhoneiros articulam paralisação contra reajuste do diesel, movimento pode atingir MT

O novo aumento no preço do óleo diesel continua gerando revolta entre os caminhoneiros, que já se articulam para uma grande paralisação no país. No Espírito Santo o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos (Sindicam/ES) deflagrou uma paralisação hoje (11), mas o movimento deve ganhar força no país a partir do próximo dia 16. Há a expectativa de que o movimento ganhe também a adesão das empresas do setor, inclusive em Mato Grosso.
A situação dos caminhoneiros mato-grossenses é considerada ainda mais grave, já que a categoria depende principalmente do transporte das commodities produzidas pelo agronegócio e não conta com os contratos de transporte – que dão mais estabilidade aos transportadores em outros setores.
No estado prevalece a lei da oferta e da procura e o aumento chega justamente num período de entre safra, quando a demanda por fretes é menor e diminui também o poder de barganha dos caminhoneiros autônomos e das transportadoras.
“Não temos como repassar de imediato as altas no preço do óleo diesel, já que é o mercado que determina quanto vai pagar pelo frete. Em algumas rotas o óleo diesel já consome de 50% a 70% do faturamento e o caminhoneiro praticamente paga para trabalhar. Isso está inviabilizando muito o setor de transporte de cargas, não só para os pequenos”, revelou Miguel Mendes, diretor executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso.
Mendes disse que a categoria ainda não havia se recuperado do aumento anterior e vê com preocupação o que pode ocorrer daqui para frente.
“O que posso dizer é que os ânimos estão exaltados. A maioria dos caminhoneiros autônomos tem a predisposição de manter os caminhões em casa e dar um tempo. Os médios e grandes empresários também estão sentindo. Muitos já optaram por reduzir o número de caminhões operando até que o mercado absorva esse último reajuste. O pior é que a Petrobras alega que ainda está trabalhando com preços abaixo do ideal e a gente prevê que em breve terá outro aumento”.
Eduardo Ramos – Da Redação