As prioridades para o setor de soja brasileiro, como sustentabilidade da cadeia produtiva, garantia de recursos para financiar a lavoura e adoção de mecanismos que assegurem rentabilidade ao produtor, têm um fórum para discussão. A Câmara Setorial da Soja integra representantes de toda a cadeia produtiva da oleaginosa para debater as principais demandas do setor e buscar solucioná-las.
O tema da primeira reunião da câmara será justamente o que concerne à urgência da solicitação, junto ao governo federal, de mecanismos que assegurem ao produtor preços compatíveis aos custos de produção. "Hoje há um preço mínimo para a soja, mas não cobre estes custos", afirma o presidente da Câmara, Rui Prado. Os produtores acreditam que nesse momento de crise, seria fundamental adotar um preço pelo menos compatível com os custos.
Além de incorporar uma série de gargalos do setor, a instalação da câmara se dá em um momento estratégico, já que a cultura da soja pode ser uma das maiores prejudicadas pela crise financeira mundial. Para Prado, que também preside a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato) e a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), a restrição de recursos para financiamento da lavoura e a dificuldade de acesso dos produtores rurais ao crédito oficial acarretados pela crise podem ter reflexos importantes na próxima safra. "Esse quadro preocupa, porque a produção é muito alavancada pelo crédito", afirma Rui Prado.
O presidente da Farsul e da Comissão de Crédito Rural da CNA, Carlos Sperotto, diz que a comissão terá um importante papel na busca por soluções em termos de melhorias no escoamento da produção. "Melhor estrutura de transporte, que acaba tirando a competitividade do setor."
Serão levados à pauta temas como armazenagem, combate à ferrugem asiática, para que os problemas sejam sanados e assim seja agregado valor à commoditie. Prado ressalta a importância da câmara em um cenário em que o complexo é o principal item da pauta de exportações, responsável por US$ 15,3 bilhões em divisas de janeiro a setembro deste ano.
Jornal do Comércio