A interrupção no fornecimento dos serviços da empresa de transporte coletivo provocou a preocupação da população da cidade. Uma terceira reunião aconteceu na manhã desta sexta-feira (03) com o objetivo de discutir uma saída para o problema. Um estudo do caso foi feito pela equipe da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito – Setrat, que reconheceu a necessidade de um aumento na tarifa, até porque esta serve de base para a elaboração do edital de licitação.
Uma proposta do aumento foi aprovada em novembro do ano anterior, mais não foi regulamentada pela administração municipal. O último reajuste aconteceu em março passado e, segundo o diretor da empresa, Paulo Sérgio da Silva, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC) está acumulado em 7,25%, percentual sugerido para o aumento.
“O aumento não será o suficiente para tirar a empresa do negativo, mas toda ajuda é bem vinda. Nossa luta é para uma tarifa técnica de R$ 3,70, o que não corresponde ao valor final e sim a uma média das tarifas regulamentadas para os valores pagos em dinheiro e no cartão da empresa”, defende.
A proposta do aumento foi colocada em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e defendida pelo Sindicato dos Trabalhadores de Empresa dos Transportes Terrestres de Rondonópolis e Região – STTRR. Eles defendem também que não seja mais possível o pagamento em dinheiro, o que evitaria assaltos aos profissionais do transporte coletivo.
“Esta medida evitaria também o preço diferenciado de passagem. O aumento não vai resolver o problema da empresa, por isso sugiro que se faça política pública para atrair passageiros para o transporte coletivo. Não estou defendendo a empresa e sim o funcionário, que precisa do emprego para sustentar sua família”, declarou o presidente da STTRR Luiz Gonçalves da Costa.
O vereador e presidente da Comissão Permanente de Obras, Transporte, Trânsito e Serviços Públicos, Cláudio da Farmácia (PMDB), se disse preocupado com a situação, o que o levou a intermediar as negociações entre a empresa e o chefe do executivo municipal. “Se continuar desta forma, logo o caos deve se instalar na cidade. Imagina Rondonópolis sem o transporte coletivo?”, questionou.
O prefeito Zé Carlos do Pátio propôs o aumento de R$ 3,34 no cartão e R$ 3,45 no dinheiro para R$ 3,60. “É quase o dobro da inflação. Reconheço que é menos que o pedido pela empresa, mais sozinho não consigo salvar a empresa. Com um mês de gestão não consigo mais do que isso”, fala.
Zé do Pátio disse ainda que o problema se arrasta de anos anteriores, onde o gestor deixou atrasar os repasses à empresa. “Em novembro foi aprovado o aumento e não foi regulamentado pela administração. Pensando em ajudar a empresa vou pedir que a equipe retome a licitação, também quero investir um recurso para ajudar a empresa a atrair passageiros para o transporte coletivo. Pra isso quero que o Conselho Municipal de Trânsito, junto com a Setrat estude onde este recurso vai ser melhor aproveitado. Vamos fazer a nossa parte, ajudando com políticas públicas e pagando, aos poucos, a dívida que o município tem com a empresa”, disse.
O vereador e presidente da Câmara de Rondonópolis, Rodrigo da Zaeli (PSDB), explicou que a Casa de Leis vai trabalhar com as comissões, pois desta forma consegue atender uma parcela maior da sociedade de uma só vez. “Em comissões dividimos a demanda e a Câmara consegue resolver um número maior e de forma mais rápida os problemas que atingem a população da nossa cidade. Como exemplo, temos a questão de hoje, o vereador Cláudio intermediou três reuniões entre o executivo e a empresa e, hoje, conseguimos um importante avanço, pois o Paulo, diretor da Cidade de Pedra, após um pedido nosso e os desdobramentos das reuniões, prometeu conversar com os diretores da empresa para, quem sabe, atender a cidade até que o novo processo licitatório seja finalizado”, conclui