São Paulo – Para reduzir as emissões de carbono na agropecuária, o Brasil pretende atuar contra as práticas predatórias e incentivar um modelo menos agressivo ao meio ambiente. “Teria [ações] nas duas linhas, tanto na parte de incentivo que eu acho que é o maior foco do governo, mas também nessa parte de coerção, aumentando a fiscalização [contra o desmatamento]”, afirmou o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Giampaolo Pellegrino.
O especialista vai assessorar a comissão brasileira responsável pelas negociações na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que será realizada na próxima semana em Copenhague, na Dinamarca.
Aumentar a oferta de crédito será uma das principais medidas adotadas pelo país, segundo Pellegrino, para estimular ações mais sustentáveis na agricultura. Parte desses recursos será investida pelo próprio governo, mas há a expectativa de um financiamento adicional nas negociações da COP-15. “É óbvio que os países em desenvolvimento vão buscar formas de financiamento dos países desenvolvidos”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, a proposta do Brasil para reduzir entre 5% e 6% o nível de emissões de gases de efeito estufa está baseada em quatro pontos. Entre eles, Pellegrino ressalta a integração da pecuária com a produção de grãos como a mais dispendiosa para o agricultor. “O pecuarista não tem a cultura de produzir grãos ou outras culturas. Então, além de ser mais caro, há o problema da cultura do produtor”, destacou.
Outra ação prevista no plano que também gera custos é a recuperação de pastagens. “São raros os que adubam no Brasil a pastagem”. Entretanto, o pesquisador aponta as vantagens do aumento da produção com a melhoria do pasto.
Além dessas duas medidas, constam na proposta do Brasil o incentivo ao plantio direto, sem revolver a terra, e a fixação biológica de nitrogênio no solo, que evita a adubação nitrogenada.
Fonte:Ag.Brasil