Saúde e emprego devem ser as prioridades do Brasil neste ano, mostra pesquisa da CNI

O emprego está no topo da lista das preocupações dos brasileiros. O desemprego foi o principal problema enfrentado no final de 2016 e a geração de empregos está em segundo lugar na lista de prioridades do país para este ano. As conclusões são da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Problemas e Prioridades, divulgada nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento mostra que a melhoria dos serviços de saúde foi a mais citada pela população entre as três principais prioridades do Brasil pelo quarto ano consecutivo, com 38% de menções. A medida é mais importante para as mulheres do que para os homens. "O percentual de mulheres que indicam essa medida como uma das três prioridades para o ano que se inicia é de 44%, enquanto que para os homens é de 32%", diz o levantamento.
No entanto, com o agravamento da crise econômica, a criação de empregos, o combate à inflação e o aumento do salário mínimo ganharam importância para os brasileiros e tomaram o lugar de prioridades ligadas à segurança pública. A geração de empregos subiu do sétimo lugar em 2014, quando foi citada por 18% dos entrevistados, para o segundo lugar neste ano, quando obteve 32% das menções. O combate à inflação que estava em segundo lugar no ano passado, com 31% das citações, caiu para o terceiro lugar em 2017, quando foi mencionado por 28% dos entrevistados, que apontaram essa medida entre as três prioridades para 2017.
O gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, observa que as preocupações da população com a inflação e o desemprego aumentam a partir de 2014, quando a crise econômica começa a se delinear. "A primeira coisa que as pessoas perceberam foi o descontrole da inflação. No ano passado, o principal problema passou a ser o desemprego", afirma Fonseca.
De acordo com a pesquisa, em quarto lugar na lista de prioridade para 2017, com 26% das citações, ficou o aumento do salário mínimo. A redução dos impostos também vem ganhando importância para a população. A medida subiu do oitavo lugar em 2014 para a quinta posição neste ano, com 25% das citações entre as três prioridades do país.
De acordo com a pesquisa, entre as medidas que vem perdendo prioridade para os brasileiros estão o combate à violência e à criminalidade e o maior controle das drogas. O combate à violência ocupou a segunda colocação da lista de prioridades em 2014 e 2015. Caiu para a sexta posição em 2016 e recuou para o oitavo lugar em 2017. O combate às drogas caiu da quarta posição em 2014 para a 11ª em 2017.
"A população está percebendo que a corrupção afeta a qualidade dos serviços públicos", diz Renato da Fonseca. Segundo ele, as pessoas percebem que a baixa qualidade dos serviços de saúde também se deve à corrupção. "Por isso, saúde e corrupção estão no topo da lista dos principais problemas do país e se destacam na lista de prioridades para 2017", afirma Fonseca."Ao comparar os dados de 2016 com uma pesquisa similar realizada em 2011, percebe-se que desemprego, corrupção e salários baixos passaram a ser mais citados entre os principais problemas e ganharam posições no ranking, ocupando o lugar de questões como segurança pública, drogas e qualidade da educação", diz a pesquisa.
Naquele ano, o desemprego, citado por 10% dos entrevistados como um dos dois principais problemas do país, ficou em quinto lugar. A corrupção vinha logo em seguida, com 9% das respostas. Esta edição da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 1º e 4 de dezembro.