O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ontem (27) que "entrou em campo" no Congresso Nacional para barrar a tramitação em caráter de urgência do PL (Projeto de Lei) das Fake News. Em abril, a Câmara dos Deputados rejeitou um pedido de urgência para votar o projeto que propõe regulações sobre aplicativos e plataformas mantidas pelas big techs. O texto é criticado especialmente por bolsonaristas.
"Esse PL das Fake News, que não obteve urgência por apenas 9 votos, você tem que ter 257 votos 'sim' dentro do Congresso, que é metade mais um voto para que esse projeto entre na ordem do dia. Então faltavam apenas 9 votos. Eu entrei em campo. Fiz o que pude, não tenho ascendência no Parlamento, mas tudo muda. Até você tem contato com deputado, senador. Eu fiz a minha parte e por 9 votos esse projeto não ganhou urgência e não foi à votação."
Bolsonaro, no entanto, não deu detalhes sobre quais ações foram tomadas para influenciar na votação do texto, mas apontou que conversou com "vários" parlamentares. Ele ainda incentivou que os eleitores questionem os políticos sobre como eles votaram para o PL.
"Então, a conclusão de tudo desse PL das Fakes News, que tiveram parlamentares que voaram equivocadamente a urgência do projeto. Conversei com vários. Por que você votou favorável a isso? Alguma explicação? Olha, uma deputada falou 'olha, eu tô aprendendo a votar de forma eletrônica, me equivoquei, errei, lamento', outros deputados erraram porque foi rapidamente. A grande maioria teve o interesse de atender um pedido de ministros, alguns do STF, que tinham interesse nessa matéria", declarou, sem apresentar provas.
O chefe do Executivo, também sem provas, declarou que o projeto busca o "fortalecimento econômico" da imprensa tradicional, monopólio da informação e que conteúdos postados "da cabeça" do internauta seriam considerados fake News.
Em um novo ataque à imprensa, o presidente também declarou que os meios de comunicação "mentem o tempo todo". "Hoje, ele faz uma matéria, geralmente contra o presidente e já critica o presidente. Não tem notícia boa em grande parte da mídia oficial aqui no Brasil.".
Da Redação (com informações do UOL)