Bolsonarista preso por ameaçar autoridades também responde processo por maus-tratos em clínica

O homem preso ontem (22) na Região Metropolitana de Belo Horizonte por ameaças ao ex-presidente Lula (PT) e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Ivan Rejane Fonte Boa Pinto responde na no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) por denúncia de maus-tratos em sua clínica de reabilitação a dependentes químicos. Ela fica em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e foi alvo de investigação por parte do Ministério Público em 2019. A denúncia foi apresentada em junho daquele ano.
Ivan se apresenta na internet como "terapeuta especialista em distúrbios comportamentais que levam a obsessão e compulsão".
Ele diz que faz tratamentos baseados em programação neurolinguística, coaching e hipnoterapia contra o vício em drogas, álcool, tabaco, compras, comida, sexo, jogo e dependência.
Ivan não tem registro no Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, mas, segundo a entidade, a psicoterapia não é regulamentada. Portanto, o registro, neste caso, não é necessário.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, os internos da clínica de Ivan eram obrigados a realizar trabalhos forçados, eram vítimas de agressão e tinham que comer alimentos vencidos.
A Justiça chegou a determinar a interdição do local, mas a defesa de Ivan recorreu e conseguiu reverter a decisão.
O advogado de Ivan, Caio Sella, disse que houve perseguição.
"As comunidades terapêuticas são muito perseguidas. A gente juntou todas as provas que a gente tem e conseguiu reverter. O Ivan é uma pessoa, é um ex-adicto, sabe bem a realidade do usuário de drogas", falou ele.
Caio disse ainda que o local está funcionando normalmente. A reportagem tentou entrar em contato com o local, mas os dois telefones da clínica estavam desligados.
O g1 também entrou em contato com o TJMG para mais informações e aguarda retorno.
A decisão que decretou a prisão temporária do suspeito, pelo prazo inicial de cinco dias, foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
O advogado de Ivan, Caio Sella, disse que ainda não teve acesso à investigação que resultou na prisão e não tem informações sobre o caso.
Da Redação (com informações do G1)