O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a criação do Programa BNDES Fornecedores SUS, com um orçamento alocado de R$ 500 milhões. A iniciativa visa impulsionar a indústria nacional ao financiar o fornecimento de equipamentos e materiais de saúde produzidos no Brasil para o Sistema Único de Saúde (SUS).
O financiamento será disponibilizado para as empresas locais comprometidas em abastecer o SUS, correspondendo ao valor total contratado com o BNDES. A vigência do programa estende-se até 30 de junho de 2028, período no qual se espera cumprir metas significativas para a autonomia da saúde nacional.
Este movimento é parte da nova política industrial lançada em 2023 pelo Governo Federal, que visa aumentar a participação da produção local de 42% para 70% no consumo nacional de medicamentos, vacinas e equipamentos de saúde. “O programa BNDES Fornecedores SUS é crucial para fortalecer nosso complexo econômico-industrial da saúde e garantir o acesso universal ao SUS,” explica Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
O programa também busca resolver desafios enfrentados pelos fornecedores locais, incluindo atrasos nos pagamentos, a necessidade de capital para estoque, e a diversidade de compradores, desde entidades públicas até parcerias público-privadas. Além disso, o programa visa simplificar o processo de crédito e reduzir o valor mínimo para empréstimos para R$ 10 milhões, tornando os fundos mais acessíveis, especialmente para pequenas e médias empresas.
“A política industrial na saúde transformou-se em uma solução financeira eficaz, alinhada com as necessidades práticas da sociedade”, comenta José Luís Gordon, Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. Paulo Fraccaro, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), também destaca: “Este programa é vital para a renovação e expansão do nosso parque tecnológico hospitalar, oferecendo à população acesso a tecnologias mais avançadas e melhorando a qualidade da saúde pública.”
Contexto Econômico do Setor
Nos últimos 20 anos, a base manufatureira do setor de saúde no Brasil cresceu substancialmente, embora ainda dependa significativamente de importações. Em 2023, o déficit comercial do setor foi de US$ 21 bilhões. A indústria é extremamente diversificada, abrangendo desde equipamentos de diagnóstico por imagem e robótica cirúrgica até insumos mais básicos, como EPIs e seringas.
Com 4.549 empresas ativas no setor de dispositivos médicos, a Abimo reporta que a produção alcançou R$ 21,1 bilhões em 2022, destacando-se o amplo espectro de atuação dessa indústria vital para a saúde nacional.
Fonte: Da Redação com informações da Agência Gov