Os partidos políticos se estão estruturando para travar uma verdadeira com vistas a alcançar o eleitor através das redes sociais, Segundo matéria publicada no último fim de semana o custo orçado somente para a campanha pela internet está na casa dos 30 milhões de reais.
A Presidente Dilma e os dois pré-candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos já estão com suas campanhas virtuais em franca estruturação. O PT estima investir 12. milhões. O saldo será distribuído entre PSDB e PSB, respectivamente com 10 e 8 milhões. Entretanto tais valores poderão ainda sofrer alterações.
O público alvo é principalmente a juventude. Os três partidos já escolheram os seus comandantes para levar adiante a empreitada. Nas eleições de 2010, as redes sociais já foram utilizadas e analistas políticos admitem que a eleição foi para o 2º turno, exatamente por esse veículo de comunicação que não está contemplado na lei eleitoral. A grande vantagem é que poderá ficar no ar 24 horas e funcionará como um marketing de rede cuja expansão atinge o seu alvo em proporção geométrica.
Há um acordo tácito para não baixar o nível da campanha, no entanto esse aspecto não pode ser assegurado e há sempre o risco de alguém postar mensagens injuriosas, principalmente vindas de fora do país, como aconteceu na campanha passada em que Marina Silva foi alcunhada como “ovo de serpente”. Só Aécio conta, de saída, com cerca de 80 mil adesões. Para que a campanha dê certo, os seus condutores, de ambos os lados, têm que pautar-se pela ética e pela moralidade.
Oportuno nos parece, pois, que, desde já seja levantada a bandeira da ética e da moralidade que costuma ser "decantada em prosa e verso" na época de campanha. Mas esses conceitos que devem alicerçar toda a base da estrutura política, não raro, são esquecidos por aqueles em cujas mãos o eleitor deposita o destino político de sua comunidade, de seu estado de sua pátria.
Aos nossos dias o discurso envolvendo os termos, ética, conceitos éticos, moralidade é quase voz comum tanto no campo político quanto na área social e não raro confundidos entre si.
Mas que significado tem tais conceitos? Em sua expressão, mas simples a ética é definida como "o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão." Portanto são os princípios que regem a maneira como os indivíduos devem viver e agir. A moralidade, ou a moral, por sua vez, é "tudo aquilo que procede em conformidade com a honestidade e a justiça." Não é demais lembrar que tais conceitos, aos nossos dias, andam muito em baixa, principalmente entre uma significativa parcela daqueles que, pelo nosso voto, têm a responsabilidade e a obrigação de nos representar perante os poderes constituídos. Exemplos se fazem desnecessários, pois que os fatos saltam, quase que cotidianamente, aos nossos olhos e estão na mídia.
Em verdade na filosofia clássica existem duas correntes que abordam o conceito de ética: os idealistas para os quais "a bondade ou maldade de uma ação deve ser julgada por padrões externos a partir de Deus ou de um ser superior". Do outro lado estão os utilitaristas que afirmam que "os efeitos produzidos nesse mundo por uma ação são tudo o que importa para o seu valor ético".
A ética utilitarista, portanto, resume-se no viver bem. A partir daí, aos nossos dias, há um conceito generalizado segundo o qual "tudo o que traz benefício ao homem, principalmente, em seu próprio interesse, é ético" não importando os meios para consegui-lo. É o conceito maquiavélico de que "os fins justificam os maios”, conceito, aliás, tão ao gosto de boa parte da classe política dos nossos dias, na verdade completamente ausente, não só da ética, quanto, principalmente da moralidade.
A ética corresponde à decisão do ser humano de ser livre com responsabilidade. É a "ciência da responsabilidade do nosso ser."
Na ética nós humanos temos consciência da nossa responsabilidade diante do nosso destino. Daí nos sentirmos também responsáveis pelo mundo, pela natureza, pelos demais seres com quem convivemos, principalmente quando conscientes de que somos parte integrante desse meio.
Na medida em que no empenhamos em "com viver" corretamente, nosso ser se harmoniza consigo mesmo e com todos os demais circunstantes. Essa convivência harmoniosa foi denominada por Aristóteles de "ethos", o termo grego do qual deriva a palavra ética.
J. V. Rodrigues
"Ética: conjunto de princípios morais a serem observados no exercício de uma profissão"