ECONOMIA

Bancários discutem propostas para campanha salarial e não descartam risco de greve

Os bancários de Mato Grosso querem assegurar um índice diferenciado para o reajuste do Vale Alimentação (VA) e Vale Refeição (VR) na campanha salarial deste ano. A medida visa atenuar os efeitos causados pela inflação dos alimentos, que é bem superior à registrada pelo IPCA – índice que afere a variação de preços de vários outros segmentos da economia. A campanha salarial dos bancários já está em andamento e deve ser uma das mais duras dos últimos anos. A categoria não descarta a possibilidade de greve para forçar um acordo.

“A inflação em alta dificulta bastante as negociações, que são feitas há cada dois anos. Antes as cláusulas da Convenção Coletiva anterior eram automaticamente asseguradas até nova negociação. Agora mudou, com a expiração do acordo cessam também todos os direitos e precisamos praticamente iniciar a discussão do zero. Então a importância da atuação do sindicato é ainda maior, para assegurar os direitos”, explicou o presidente do Sindicato dos Bancários de Rondonópolis e Região Sul, Almir Araújo.

A campanha salarial dos bancários é unificada em todo o país. Cada sindicato faz sua discussão, levanta as prioridades e encaminha as propostas para a Conferência Nacional encarregada de redigir a minuta com a proposta final –  que será apresentada para a negociação com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), representante dos banqueiros.

“Já iniciamos esse debate aqui e queremos ouvir a opinião dos filiados em Rondonópolis e municípios vizinhos. Além do reajuste diferenciado para os vales alimentação e refeição, devemos levar também outras propostas para a Conferência Nacional  que acontecerá agora em junho”, disse Almir.

GREVE

Em relação ao aumento salarial, a proposta dos bancários deve prever a priori a reposição da inflação mais ganhos reais de até 5%. Os sindicalistas também querem manter as conquistas da convenção anterior (2020/22) e tentarão incluir outras vantagens.

“A pandemia não afetou o rendimento dos banqueiros. Aliás, os lucros dos bancos nunca foram tão grandes. É justo que parte desses ganhos seja revertida em benefícios para os trabalhadores”, defende Almir.

Além de ouvir as propostas, os sindicatos também vão aproveitar a campanha salarial para reforçar a mobilização dos bancários. O objetivo é manter a categoria unida para reagir se não houver avanços nas negociações. Esta reação envolve atos públicos, manifestos e até a possibilidade de paralisação dos serviços como forma de pressão.

“Não gostamos de fazer greve, mas a paralisação é a última instância da negociação. Nossa ideia é que possamos fechar (o acordo) da melhor forma, através do diálogo. Mas nem sempre é assim e por isso precisamos nos preparar para usar todos os instrumentos previstos em lei, inclusive a greve”, concluiu.

 

Eduardo Ramos – Da Redação

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