Desde a zero hora desta quinta-feira (16), os avicultores de Nova Mutum, Diamantino e São José do Rio Claro suspenderam a entrega de frangos para o abate e a recepção de pintinhos à Empresa BRF. A suspensão é por tempo indeterminado. Os avicultores reivindicam um reajuste de 30% do valor pago pela planilha de custeio (custo de produção) e o reajuste do saldo líquido de atratividade (valor pago aos produtores).
O presidente da Associação de Avicultores de Nova Mutum, Valdemar Grando, conta que a tentativa de negociação com a Empresa BRF (fusão da Perdigão com a Sadia) é antiga. Ele também reclama que há seis anos não há reajustes nos valores pagos aos produtores. “Já mandamos muitos ofícios, tentamos acordo judicial e extrajudicial, mas nada adiantou. Não conseguimos avançar nas negociações”.
Na quarta-feira (15), um grupo de avicultores se reuniu com representantes da empresa BRF, mas não houve avanço nas negociações. Ao todo são 98 criadores envolvidos neste protesto. Normalmente são abatidos 280 mil frangos por dia em Nova Mutum. Nesta quinta-feira (16), em função da paralisação, foram abatidos somente 70 mil. Em dias normais estes avicultores recebem diariamente 280 mil pintinhos. Nesta quinta-feira não receberam nenhuma ave.
Outro lado – A BRF comunica que cumpre todas as obrigações assumidas com seus produtores integrados e sempre esteve à disposição para receber questionamentos e prestar esclarecimentos, seja diretamente aos produtores ou por meio das entidades representativas. A empresa apresentou proposta de reajuste da remuneração e um plano de trabalho para solução das demais reivindicações, em reuniões desde o início de 2013, porém em nenhum momento os representantes da Associação de Produtores de Nova Mutum se mostraram favoráveis a um acordo.
A companhia acredita que o modelo de produção integrada é fator responsável pelo grande sucesso da produção de carnes de aves e suínos no Brasil, por isso segue aberta a novas conversas. Esclarece, ainda, que é totalmente contrária às manifestações ocorridas nesta quinta-feira (16), que impediram a retirada de aves prontas para abate e a entrega pela BRF de novos lotes aos produtores integrados. Estas ocorrências geram um grande comprometimento ao bem-estar dos animais nas instalações, além de prejuízos para todos os envolvidos no processo produtivo.