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domingo, novembro 24, 2024

Atuação do BC para combater alta do dólar já somou US$ 22,9 bilhões

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, revelou nesta terça-feira (21), que a atuação da autoridade monetária para tentar irrigar o mercado de câmbio e, com isso, impedir a escalada do dólar, já somou US$ 22,9 bilhões desde o agravamento da crise externa – com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers em meados de setembro. Segundo Meirelles, o BC tem atuado com quatro instrumentos para tentar conter a alta do dólar -que pode impulsionar a inflação no país e prejudicar empresas brasileiras com dívidas em moeda estrangeira. São eles: vendas diretas das reservas no mercado à vista; leilões de linha (empréstimos com compromisso de recompra, sem destinação específica); vendas de contratos de "swap cambial", ou não rolagem de "swaps reversos"; além dos empréstimos para o financiamento às exportações.
De acordo com o presidente do BC, a autoridade monetária vendeu, por meio das vendas diretas ao mercado, US$ 3,2 bilhões das reservas internacionais. Além disso, ofertou US$ 3,7 bilhões em empréstimos ao mercado (sem destinação específica); além do empréstimo de outros US$ 1,62 bilhão para o comércio exterior e da emissão de US$ 12,9 bilhões em contratos de "swap cambial". Meirelles também citou a não rolagem de US$ 1,5 bilhão em contratos de "swap reverso". A soma total dos instrumentos soma US$ 22,9 bilhões.
"São valores ainda inferiores ao que está sendo feito pelos países diretamente afetados pela crise. Mesmo países como o México já tiveram valores um pouco superiores a isso. Os bancos europeus [colocaram] de US$ 150 a 160 bilhões de dólares", disse Meirelles aos parlamentares.
Crise severa
Na avaliação do presidente do Banco Central, a atual crise financeira é "severa e séria". Ele lembrou que a origem da crise reside no mercado imobiliário norte-americano, com regras que permitiram um alto nível de endividamento pelos cidadãos daquele país.
"Isso gerou consequências para a atividade econômica como um todo. Afeta o emprego e todos os fornecedores. Em consequência, os bancos passam a perder capital. Perdem, de um lado, capacidade de expansão e, outro lado, de tomar medidas prudentes a medida em que começam a prever problemas de liquidez futuros", disse ele a deputados.
Meirelles notou que a crise vai gerar um crescimento menor da economia mundial em 2009. Nos Estados Unidos, informou ele, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou a perspectiva de crescimento para 0,1%. Na Europa, para 0,2% e, no Japão, para 0,5%. No mundo como um todo, a projeção recuou para 1,3%.
Também na Câmara, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que "ninguém escapa dessa crise" e comparou a situação com a "crash" da Bolsa dos EUA de 1929, "do ponto de vista de sua intensidade". Segundo o ministro, porém, a crise atinge mais os países considerados avançados, os Estados Unidos, a Europa e o Japão.
G1 -economia

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