As Terezas do agro brasileiro: histórias e legados do protagonismo feminino

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O agronegócio, e sobretudo a agropecuária, é tradicionalmente reconhecido na sociedade pela participação feminina relativamente baixa. Ou pelo menos era. A maior presença das mulheres no agro vem deixando de ser somente estatística para ser cada vez mais realista na gestão dos negócios e na liderança de importantes cargos institucionais. Elas estão em todos os lugares. Nas fazendas, nas entidades, no Ministério e estão fazendo a diferença.

De tradicional família do Pantanal Sul-Matogrossense, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias chegou ao mais importante cargo institucional da agropecuária brasileira em 2019, quando assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Antes, Tereza Cristina presidiu Frente Parlamentar da Agropecuária, maior grupo suprapartidário em defesa do agronegócio do Congresso Nacional. Engenheira agrônoma de formação, Tereza Cristina iniciou a carreira profissional na gestão das propriedades da família, passou pela iniciava privada e depois por cargos em entidades de classe.

Em comum entre a esplanada dos ministérios e a mais tradicional entidade agropecuária, outra Teresa Cristina. Primeira presidente a assumir a centenária Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Cristina Vendramini é socióloga e pecuarista do interior de São Paulo e assumiu a Rural com objetivo de agregar diferentes vozes da sociedade em prol do desenvolvimento sustentável do setor agropecuário. Conhecida como Teka Vendramini, a presidente tem um longo legado como exemplo de gestão dentro da pecuária nacional e no processo de empoderamento feminino no agronegócio.

Apesar da ascensão feminina em cargos de liderança vir ganhando força e notoriedade nos últimos anos, as conquistas desses espaços é uma luta antiga. No começo da década de 1990, no interior de Mato Grosso, surgia uma líder diferenciada e combativa, Terezinha Helena Staut Costa, a Dona Teka. Ela assumiu a gestão da fazenda da família em 1991 e logo depois passou a ter voz no sindicato rural da região, onde encampou lutas por melhores condições de logísticas e tributárias.

Atualmente Dona Teka está na presidência da Associação Campos do Guaporé,  entidade que reúne produtores rurais do oeste mato-grossense que, assim como ela, tiveram importante papel no processo de ocupação da região de fronteira do país. Terezinha Helena conseguiu conquistar o respeito e admiração pelos resultados alcançados dentro da fazenda, com investimento em tecnologia produtiva, e pela capacidade de congregar as lideranças.

Se por um lado a presença da mulher porteira dentro ainda é consideravelmente menor,  segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Cepea, a participação delas na gestão é cada vez maior. A capacidade da mulher em gerir negócios, a visão ampla de mercado e o poder de conciliar as vertentes divergentes estão se tornando um verdadeiro trunfo para o agronegócio brasileiro, que sabidamente está cada vez mais recorrendo a estes potenciais talentos.