O Complexo Intermodal de Rondonópolis (CIR), que entrou em operação em setembro deste ano, trará um impacto significativo em termos de incremento de receita pública e da circulação de renda dos trabalhadores diretamente alocados no terminal. No entanto, a pesquisa apontou também que, inicialmente, deverão ser transportados 12 milhões de toneladas anuais, podendo alcançar 15 milhões em 2014, porém a infraestrutura rodoviária deficiente no acesso ao terminal ser restritiva o crescimento das atividades.
Esta é a conclusão da pesquisa para levantar os impactos do terminal na economia local, que foi desenvolvida no último trimestre pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), através do Departamento de Economia, que foi apresentada, na manhã desta segunda-feira (11). A apresentação dos resultados da pesquisa ocorreu na sala de reuniões anexa ao gabinete do prefeito, no Palácio da Cidadania.
A apresentação do relatório da pesquisa, que contem 70 páginas, feita pelo coordenador do estudo, o professor doutor Luís Otávio Bau de Macedo, foi acompanhada pelo prefeito Percival Muniz, o vice-prefeito Rogério Salles, o presidente da Câmara, vereador Ibrahim Zaher e outros colegas, o presidente da Acir (Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis), Luiz Homem de Melo, o deputado federal Wellington Fagundes, secretários municipais de governo, servidores e a imprensa.
A pesquisa é resultado da parceria firmada este ano entre a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), a Acir (Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis) e a Prefeitura Municipal. Além dos impactos da ferrovia, a parceria resultará ainda na Carta dos Indicadores Econômicos de Rondonópolis, que deverá ser concluída até o fim de novembro.
Segundo o coordenador do curso de Economia da UFMT, professor doutor Luís Otávio Bau de Macedo, o estudo, que levantou os dados da economia de Rondonópolis nos últimos 12 anos, que apontam uma taxa média de crescimento econômico de quase 10%, enquanto o do Estado é de 6,1%, ainda deve ser complementado por uma investigação a ser realizada em outro momento junto às demais empresas que vão fazer parte do condomínio do terminal, o que permitirá um melhor delineamento dos impactos causados à economia local.
O prefeito Percival disse que o estudo, embora necessite de aprofundamento, será de grande valia, pois trouxe dados importantes que servirão de base para que a cidade possa obter benefícios, já que também trará impactos consideráveis para os serviços públicos locais.
“Já tínhamos clareza de que o terminal da ferrovia não seria o ‘paraíso’ para a nossa economia como muitos pintaram. Mas, que trará uma grande contribuição à elevação do nosso valor agregado, que resultará numa maior participação no bolo do ICMS nos próximos anos. Então, esse estudo nos ajudou a levantar dados que poderão servir de base para estarmos trabalhando, influenciando para que este terminal seja um instrumento para trazer melhorias para toda a sociedade”., disse o prefeito.
Segundo ele, um dos benefícios é traçar bases “para que possamos pensar a cidade que queremos, definindo metas e ajudando no planejamento de ações”. Por isso, o prefeito salientou que pretende ter a universidade ‘bem próxima’, auxiliando em pesquisas e levantamentos de dados.
“A universidade tem muito a contribuir com a gente. Queremos tê-la e vamos buscar estabelecer mais parcerias de cooperação técnico-científica, para que a UFMT nos ajude, através da transferência do conhecimento, com o fornecimento de dados, pesquisas que são fundamentais à elaboração de políticas públicas que possam estimular o desenvolvimento socioeconômico e as melhorias para as condições de vida da nossa gente”, comentou Percival.
Resultados da pesquisa
A pesquisa descreveu, em um dos itens analisados, as projeções da folha de pagamento, de produção, faturamento, valor adicionado e elaborado para o terminal. Deverão atuar na área de gestão do terminal cerca de 30 pessoas, sendo que 30% são oriundas de Alto Araguaia para atender a necessidade imediata da empresa.
Para o funcionamento operacional do terminal, a contratação prevista é de 214 funcionários, para a classificação de grãos que será realizada por uma empresa terceirizada, são necessários 59 profissionais e, para a segurança do terminal, a empresa responsável pelo serviço vai disponibilizar 35 pessoas. Assim, conforme o estudo, a América Latina Logística (ALL) contará com um total de 338 funcionários atuando no terminal, contratados direta e indiretamente.
A pesquisa apontou, ainda, que, inicialmente, deverão ser transportados 12 milhões de toneladas anuais, podendo alcançar 15 milhões em 2014, porém a infraestrutura rodoviária no acesso ao terminal ainda é deficiente, com acesso feito apenas por pista simples o que torna o trânsito mais lento e com risco de acidentes. Outro dado levantado na pesquisa, é que 60% do volume de escoamento da safra serão realizados pelo terminal de Rondonópolis, sendo o restante direcionado aos terminais de Alto Araguaia e Alto Taquari.
Sobre o acesso, o prefeito disse que este estudo reforça a tese que foi defendida junto ao ministro dos Transportes, Cesar Borges, durante suas duas visitas ao município este ano e durante a reunião realizada em Brasília, durante sua ida a capital federal, na semana passada. “Além da duplicação do trecho de 25 km da BR-163, entre o a cidade o terminal, discutimos este tema com o ministro e chegamos ao consenso que o tráfego de carretas tem que sair da nossa travessia urbana, sendo necessária a construção de dois anéis para as saída das BRs-163 e 364. Agora é correr atrás para sua viabilização, e estamos correndo”, frisou.
Antes da apresentação dos impactos do complexo intermodal da Ferronorte, o presidente da Acir, Luiz Homem de Melo, fez a entrega ao prefeito Percival Muniz o guia Perfil Rondonópolis, edição de 2012. O perfil, com todos os dados estatísticos do município é resultado de uma parceria entre a entidade empresarial e a prefeitura.