APRENDIZAGEM DA CRIANÇA – BASES NEUROLÓGICAS

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O indivíduo durante as etapas de seu desenvolvimento passa por um processo contínuo de aprendizagem que poderá ocorrer desde a mais tenra idade até a mais avançada velhice. Sendo assim, a criança deverá aprender a andar e a falar; depois ler e escrever, aprender habilidades básicas para atingir a cidadania e assim sucessivamente obter sua participação ativa na sociedade. No entanto, os adultos necessitam aprender habilidades voltadas a categoria profissional que lhes garanta condições de suprir suas precisões básicas e seu próprio sustento.

Às vezes, durante o processo de desenvolvimento do indivíduo pode-se notar algumas dificuldades de aprendizagem que surgem ao longo desse período, originados por diversos fatores que impedem avançar seu conhecimento independente da sua idade. Esse tipo de dificuldade de aprendizagem, também pode se manifestar como distúrbio, déficit ou transtorno. Desse modo, necessita de uma investigação mais aprofundada por um profissional qualificado que identifique o real problema apresentado pelo indivíduo, que poderá surgir por diversos fatores, entre eles questões neurológicas que não estão relacionadas a situações comuns, como: familiares, financeiras, nutricionais e outras.

Geralmente, os problemas de aprendizagem são observados na escola, assim os professores mudam o modo de abordagem dos conteúdos trabalhados, com a finalidade de atingir o objetivo de ensino a todos, mas as vezes mesmo usando essa estratégia percebem através dos relatórios e avaliações realizadas pelo sistema escolar que o problema não é resolvido. Assim ao detectar na criança/adolescente algum problema ou dificuldade ao aprender atitudes são tomadas, por exemplo: orientação as famílias para que procurem meios de auxiliar; investigação da origem do problema por psicólogos, aprendizagem especializada pelo psicopedagogo e consulta avaliativa pelo neurologista.

Desse modo, o presente artigo traz abordagens neurológicas sobre as fases da infância e seu desenvolvimento. Vejamos, então a importância da neurociência no processo de aprendizagem da criança. Sendo, a Neurociência a área cientifica do conhecimento que estuda o sistema nervoso, visando compreender seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que ocorra. O estudo dessa ciência é complexo, pois é constituído por três grandes vertentes: o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Mas, no presente artigo abordaremos apenas a “Aprendizagem da criança – bases neurológicas”.

Sabemos que quando nasce um bebê ele é estimulado a interagir    com os adultos para aos poucos ir se desenvolvendo e adquirindo aprendizagens que lhe dê segurança. Assim, em cada etapa da vida infantil recebe instruções que geram significados as condutas e a objetos culturais que se formam a sua história.  Desse modo, Rego afirma:

O desenvolvimento do sujeito humano se dá a partir das constantes interações com o meio social em que vive, já que as formas psicológicas mais sofisticadas emergem da vida social. Assim o desenvolvimento do psiquismo humano é sempre mediado pelo outro (outras pessoas do grupo cultural), que indica, delimita e atribui significados à realidade. (REGO,2011, apud, SCHUSTER, 2016, p. 6).

Sendo assim, compreendemos que a evolução do ser humano não se dá de forma isolada, mas por decorrência de razões ímpares sazonadas, nem mesmo são condições ecossistêmicos que influenciam relativamente os órgãos e influenciam sua reação, através do meio em que vive e seus participantes (indivíduos). Cada participante desse meio influencia no que se refere ao outro no seu processo de desenvolvimento. Ao nascimento a criança tem funções psicológicas elementares (memoria orgânica e imediata: função não intencional) que, durante a interação com o universo sociocultural, gradativamente se torna ainda mais elaborada até chegarem nas funções psíquicas eminentes, das quais se encaixam o raciocínio e a atenção: funções prudentes, propositais e inerentes aos desejos do indivíduo.

Diante tudo até aqui exposto, Rego (2011) e Schuster (2016), apresentam que

"Vygotsky se dedicou ao estudo das chamadas funções psicológicas superiores, que consistem no modo de funcionamento psicológico tipicamente humano, tais como a capacidade de planejamento, memória voluntária, imaginação, etc." (REGO, 2011, SCHUSTER, 2016, p. 6).

Enfim, segundo Rego (2011) na perspectiva de Vygotsky afirma, que as funções psicológicas superiores são voluntárias, propositais e dimensionais que surgem a partir das relações dos indivíduos (interpsíquicas) provenientes das relações entre os pares e depois se interiorizam, tornando-se intima e orientadas por si mesmas (intrapsíquicas). Assim, podemos afirmar, que a aprendizagem escolarizada influencia o desenvolvimento das funções psicológicas superiores na fase em que estão amadurecendo. O autor revela ainda que, “o ensino escolar desempenha um papel importante na formação dos conceitos de um modo geral e dos científicos em particular” (REGO, 2011, p. 79). Desse modo, vemos a importância do estímulo através da aprendizagem escolar e por profissionais especializados no desenvolvimento da criança.

Referências

REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 22. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

SCHUSTER, S. C. Desenvolvimento Infantil em Vygotsky: contribuições para a mediação pedagógica na educação infantil. Chapecó. SC. 2016.