Seguem sem evolução as articulações pela nova Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. As duas principais forças permanecem ‘rachadas’. Esta semana, no entanto, promete ser decisiva. Em nome da governabilidade do governador Pedro Taques, articuladores garantem que deve afunilar para uma decisão que agrade o chefe do Poder Executivo. Tratada como uma espécie de ‘segredo de estado’, as medidas, no entanto, tem algo bem definido: afastar o mais distante possível o deputado Mauro Savi (PR).
Até aqui, Taques não conseguiu apresentar uma articulação satisfatória. Conseguiu até o momento apenas cooptar os interesses do deputado Emanuel Pinheiro, colocando uma espécie de ‘crava’ dentro do Partido da República – o que levou Mauro Savi a articular-se com a ala mais legislativa, representada pelo deputado Guilherme Maluf (PSDB). O acordo entre o republica e o tucano, contudo, desagradou o pedetista.
O governador, por outro lado, tentou ‘emplacar’ o novato Oscar Bezerra (PSB). Foi uma manobra capital: por pouco não perdeu o pouco que tinha. Precisou o deputado Zeca Viana, uma espécie de ‘fiel escudeiro’, entrar em cena e na condição de futuro líder do Governo aparar em parte as arestas deixadas em todos os segmentos. Inclusive a que envolve o deputado José Eduardo Botelho (PSB), que se transformou numa espécie de ‘inimigo número 1’ dos novos ocupantes do Palácio Paiaguás.
À espera de um ‘milagre’, o deputado Romoado Junior (PMDB) também articula para garantir o bloqueio criado pelo grupo apoiava o Governo de Silval Barbosa. Promete apoiar as principais e duras medidas que o governador promete tomar para colocar ordem nas contas do Governo.
APOIO E MESA
De um experiente articulador sobre a base de apoio do governador Pedro Taques, que deve pular de 11 para até 20 deputados: “Uma coisa é apoio ao Governo; outra coisa, diferente, completamente diferente, é a disputa pela Mesa Diretora”. A voz manda um recado ao Palácio Paiaguás: distância prudente.
INTERESSES OUTROS
Só para lembrar quem foi eleito pela oposição ao governador Pedro Taques: Mauro Savi (PR), Sebastião Rezende (PR), Baiano Filho (PMDB), Romoaldo Junior (PMDB), Nininho (PR), Emanuel Pinheiro (PR), Gilmar Fabris (DEM), Wagner Ramos (PR), José Domingos Fraga (PSD) Pedro Satélite (PSD), Janaína Riva (PSD), Silvano Amaral (PMDB) e José Carlos do Pátio (Solidariedade). Dessa lista, nove estão com as pernas fraquejadas.
SEGUNDA DERROTA
Para lembrar: caso deixe expostas suas articulações e interesses, o governador Pedro Taques – entre medidas de impacto e até pirotécnicas – corre risco de acabar sofrendo, em menos de um mês, duas derrotas políticas significativas: a primeira foi na Asssociação Matogrossense dos Municípios (AMM), com Otaviano Pivetta, prefeito de Lucas do Rio Verde.
OUTRA SINUCA
Pedro Taques vai ter que mostrar que tem uma boa articulação política. Entre o apelo dos povos indígenas contra a PEC das Demarcações há uma figura representativa do seu Governo: o deputado federal Nilson Leitão (PSDB). Na posse, o cacique Raoni, de grande profundidade internacional, cobrou uma postura firme do governador.
REFLEXO ELEITORAL
Se depender do presidente estadual do PMDB, o deputado federal Carlos Bezerra, a dobradinha entre PT e PMDB para disputar eleições não se repetirá em Mato Grosso. As siglas são aliadas no comando da Presidência do Brasil, mas por aqui não tem dado bons frutos essa parceria. Para Bezerra os dois partidos devem caminhar separados, já que nas duas vezes que se juntaram saíram derrotados das urnas. Culpa o PT e sua autofagia.