Médico morre durante viagem de lua de mel, veja como evitar riscos em voos longos

Um médico de 49 anos morreu na madrugada de hoje (25) durante um vôo até as paradisíacas Ilhas Maldivas, onde passaria a lua de mel com a mulher. Glauto Tuqarre morava em Teresina (PI) e havia se casado no último sábado (23). A viagem era um sonho dele e da esposa, a publicitária Lícia Dutra Tuqarre.
Conforme familiares a suspeita é de que o médico tenha sido vítima de um infarto. Ele começou a passar mal e chegou a ser atendido dentro do avião, mas não resistiu. A aeronave pousou em Doha, capital do Catar, onde a esposa agora tenta organizar o translado do corpo de volta ao Brasil.
Familiares e amigos piauienses se mobilizam para ajudar a viabilizar esposa o transporte de volta, mas ainda não há detalhes de quando essa transferência deve acontecer.
Glauto Tuquarre formou-se em medicina pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e era especializado em oncologia. Ele tinha mestrado em câncer de intestino e era doutorando em recidiva do câncer de mama (retorno da doença após o paciente ser considerado curado).
Considerado um profissional experiente, Glauto atuou em Roraima e no Maranhão, onde também foi professor da Universidade Estadual, além do Piauí. Em Teresina, o médico era sócio de uma clínica e também já lecionou em faculdades de medicina da cidade.
VIAGENS LONGAS
As ilhas Maldivas estão localizadas na Ásia, no meio do oceano Índico, e os vôos do Brasil até lá têm duração mínima de 22 horas. Especialistas alertam que viagens assim, em que os passageiros permanecem durante muitas horas em inatividade, podem afetar a circulação do sangue e agravar o risco de problemas cardíacos e pulmonares.
O médico Gilberto Narchi, cirurgião vascular do Hospital do Coração, explica que nestas situações podem ocorrer a formação de coágulos no sangue, que se desprendem e podem ocasionar, por exemplo a trombose venosa profunda.
"A doença pode ocorrer durante uma viagem de avião de longa duração porque o passageiro fica sentado por muito tempo durante o voo, o que represa a circulação sanguínea nos membros inferiores”, esclarece o doutro Gilberto Narchi.
Além da inatividade prolongada a situação também é agravada pelo ar mais rarefeito e seco das cabines de avião. Pessoas com problemas cardiopulmonares, cerebrovasculares, anemia ou doença falciforme tem riscos maiores nestes vôos. A recomendação é para que pessoas com estes problemas, além daqueles que possuem histórico de trombose, embolia pulmonar, doenças nos pulmões, sejam recém-operados, tenham epilepsia, sofrido derrames ou até mesmo diabetes procurem seu médico antes de viajar
Outra dica para quem vai fazer viagens longas é para que usem roupas leves, evitem alimentos pesados e procurem se movimentar durante o vôo – caminhando pelos corredores e fazendo alongamentos pelo menos a cada duas horas.
Da Redação