Chaves, ou pastor Chaves como é mais conhecido pelos comunitários fez a sua trajetória de vida na terra de Rondon, assessor parlamentar, ajudou na construção da Igreja Bom Jesus de Vila Operária
Chegou nesta cidade juntamente com os seus familiares em 1963 com 9 anos de idade. Aqui cresceu e desenvolveu o seu talento de líder nato despertando o seu lado prestativo e se colocando a disposição da sociedade rondonopolitana presta também os seus serviços junto a Defesa Civil de Rondonópolis. Vamos conhecer um pouco mais da trajetória do comunitário Chaves.
Jornal Folha Regional: Como foi a sua infância na cidade de Campanário no Estado de Minas Gerais?
Chaves: Os meus pais Sebastião Chaves e Helena sempre tiveram uma vida de intenso trabalho no meio rural, viveram tempos difíceis se dedicavam inteiramente para criar os filhos. Nós somos em 5 irmãos eu Antonio, Joel, Osvaldo, Nilda e Maria Gomes, não é difícil imaginar as dificuldades que meus pais enfrentaram. Campanário era um município pequeno e naquele período da história faltava muita coisa para que se tivessemos uma boa qualidade de vida. Meus pais resolveram então vir para Mato Grosso, escolheram esta cidade maravilhosa que é a nossa Rondonópolis.
J.F.R: Como foi a adaptação dos seus familiares na chegada a Rondonópolis?
Chaves: Nós chegamos aqui no ano de 1963 e residimos na Vila Operária, que estava no começo de sua organização. A adaptação foi acontecendo aos poucos, casas eram de adobe cobertas com palhas de côco de Babaçu. Ainda não existia a Igreja de Vila Operária, mas já tinha um movimento positivo, havia um pequeno grupo de pessoas que se esforçavam para a construção começar. O mato era intenso, naquela ocasião nós não imaginávamos como seria a Vila Operária que hoje é o maior Distrito desta querida Rondonópolis, rodeada por populosos bairros. Nos moramos posteriormente em vários locais o primeiro foi na fazenda do senhor Luiz de Camargo, que ficava no sentido BR 270, após alguns anos os meus pais do pioneiro Chiquinho Batista. Assim foram 4 anos longe da Vila Operária, mas depois retornamos.
J.F.R: Como era a comunicação na Vila, especialmente entre os moradores?
Chaves: Praticamente tudo tinha que ser adquirido no centro da cidade, que tinha a feira na Praça dos Carreiros onde os sitiantes da Vila também levavam os seus produtos para vender. Mas a Vila Operária sempre teve a sua vocação para irmanar as pessoas, religião deu um grande impulso com a construção da igreja e a chegada então recente do padre Lothar vindo da Alemanha. Ele não falava nada em português e precisou fazer um estágio num seminário onde rapidamente aprendeu. A energia era bem fraca, e ninguém tinha um aparelho de televisão, com exceção do famoso na época Bar do Pernambuco, que ficava em frente onde é hoje a Praça Bom Jesus. Muitos moradores ali se aglomeravam para assistir a programação e saber das novidades e das notícias de então.
J.F.R: Que lembranças você tem da hoje Praça Bom Jesus de Vila Operária?
Chaves:
Era o nosso campo de futebol, ali passávamos horas agradáveis, toda criança, todo jovem é apaixonado por futebol, era o nosso maior entretenimento, Nos dias de hoje vemos uma grande violência no meio dos jovens, adolescentes perdendo o seu tempo com drogas, se destruindo, roubando e matando. Foi uma infância sadia, uma infância de ouro, além da educação escolar que nós tivemos, havia respeito entre alunos, colegas e muito respeito aos professores. Nós éramos felizes e não sabíamos.
J.F.R: Como surgiu a idéia de abraçar o estudo da Teologia?
Chaves: A minha vontade de ser útil, e servir a sociedade sempre foi muito grande, eu sempre quis fazer mais e mais, pedi a Deus que me orientasse no meu caminho, então surgiu a Teologia. Hoje sou bacharel em Teologia, estou vinculado a igreja Assembléia de Deus, na qual o presidente é o pastor José Genésio da Silva. Quero ajudar as pessoas, estou pregando a palavra, vejo muita gente em desespero sem saber o eu fazer, cheguei a conclusão que na vida da maioria das pessoas falta Deus.
J.F.R: Você realiza também outros trabalhos de apoio social, como se sente nesses contatos diretos com diversos segmentos da sociedade rondonopolitana?
Chaves: Fiz o curso Técnico em Defesa Civil onde presto a minha colaboração, nós procuramos amenizar os graves problemas que podem surgir com chuvas intensas, alagamentos e outras crises sociais. Sou membro do Conselho de Segurança de Vila Operária, é um tema polêmico, uma atuação que não é fácil onde o diálogo sempre tem que estar aberto entre os companheiros. Atualmente ocupo o cargo de diretor Social de Segurança, e ainda sobra um tempinho para apoiar, assessorar o vereador Vilmar Pimentel. Muito grato por esta oportunidade.