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domingo, novembro 24, 2024

Antônio Augusto de Lima – Tenente Lima – Da infância do trabalho na roça a Tenente da Polícia Militar de Mato Grosso

Uma das personalidades mais admiradas por todos os segmentos da sociedade rondonopolitana, nesta coluna apresentamos aos nossos leitores uma oportunidade para conhecer um pouco mais da trajetória de vida dos nossos entrevistados. Nesta edição destacamos a trajetória do Ten. Lima, que dentre outras atividades também vai de encontro ao trabalho voluntário em várias instituições.
Jornal Folha Regional: Vamos começar por suas lembranças no período de infância, como foram aqueles momentos?
Ten. Lima: Eu nasci na cidade de Jussara no Estado de Goiás, meus pais Herculano Valério de Lima e Andrezina Augusta de Lima eram lavradores arrendatários, tiveram sete filhos eu fui o primeiro depois veio o Lindomar, Ideni “ambos saudosos” Jeroni, Maria, Georgea e Nilma. Fui uma infância como a grande maioria das crianças daquele tempo, não havia muitos recursos, e como a família trabalhava da região rural nós tínhamos que nos limitar as condições daquele período. Desde muito cedo já aos sete anos de idade eu comecei a ajudar o meu pai na roça, ele era muito enérgico e muita das atividades que ele me pedia para fazer eram muito difíceis para mim em virtude da minha pouca idade. Foi uma infância difícil mas de grande aprendizado, aprendi a dar valor ao trabalho.
JFR: Tradicionalmente as pessoas mudavam para outros estados ou outras cidades do mesmo estado para melhorarem de vida, e isso acontece ainda hoje com todos nós. Desta forma os seus pais saíram de Goiás para Mato Grosso em busca de algo melhor, como se deu essa mudança?
Ten. Lima: Meu pai veio para Mato Grosso devido a fama que o estado tinha de possibilidade de crescimento, um estado novo e com possibilidade de progresso para todos. Quando nós viemos para Mato Grosso eu estava com 9 anos de idade, e como filho mais velho tinha que andar junto como meu pai e apoiar meus irmãos. Nós chegamos primeiramente na região de Poxoréo onde meu pai arrendou algumas terras, e lá nós ficamos durante alguns anos. No serviço da roça eu continuava me deparando com atividades que moralmente eu queria realizar e às vezes não conseguia. Vou dar um exemplo que eu nunca me esqueci: havia 3 sacos de milho para que eu colocasse no lombo de um cavalo, eu tentei várias vezes, mas as minhas forças não suficientes para aquela tarefa eu chegava a pedir a Deus que me ajudasse, tal era a minha vontade de ajudar o meu pai.
JFR: O sonho da família de encontrar a “terra prometida,” ou seja de plantar na terra que fosse da propriedade da família deu certo?
Ten. Lima: A nossa família tentou de todas as formas, nós fomos para vários lugares em busca da nossa terra, moramos por pouco tempo em Rondônia, meu pai foi trabalhar no garimpo em Juína onde permaneceu por 2 anos. Buscou apoio no sem terra. Foi uma luta muito grande ele faleceu e nós não conseguimos realizar o sonho da terra própria.
JFR: Por onde passou o menino Antônio Augusto de Lima durante o período educacional?
Ten. Lima: Eu comecei estudando na Escola Rural Mixta do Corguinho na zona rural de Poxoréo, depois foi para a Escola Pindorama onde estudei até a 8ª. série. Fiz o 2º. Grau na Escola Sagado Coração de Jesus, fiz o Magistério. Em 1973 fui para o Exército, nesse período eu tive um grande aprendizado, sobretudo com as noções do civismo.
JFR: Depois do período militar as “fronteiras” começaram a se abrir, quais os lugares que você trabalhou?
Ten. Lima: Comecei trabalhando de lavador de carros em um posto de gasolina da cidade, trabalhei também no Hotel Luzitano, trabalhei durante um período de vigilante na companhia Cemival Vigilância, trabalhei posteriormente na Telemat, Banco do Brasil. Nessa ocasião eu fiz a prova da Polícia Militar de Mato Grosso e fui aprovado, foi um grande momento na minha vida. Passei então a fazer cursos, eu já havia terminado o Magistério em 1985, fiz primeiramente o curso de Cabo, em 1989 fiz o curso de Sargento. No ano 2000 fiz o CAES Curso de Aperfeiçoamento de Sargento. Fui selecionado para dar aulas no CEFAP, em 2003 fiz o curso de Oficial Administrativo e fui promovido a 2º. Tenente. Aos 30 anos e 7 meses de trabalho na Polícia Militar de Mato Grosso pedi a minha aposentadoria.
JFR: O que a família representa para o Tem. Lima?
Ten. Lima: A família é tudo na vida, sou casado há 43 anos com Aurora Alves de Lima de Lima, temos três filhos, Antônio Marcos, Julio Cesar e Antônio Augusto temos três netos, Amanda, Vitória e Murilo.
JFR: Como são hoje as suas atividades para o preenchimento do seu tempo?
Ten. Lima: Eu sou muito ligado a Igreja Católica onde presto o meu apoio voluntário, procuro ajudar as pessoas e entidades que realizam trabalhos de apoio social, estou na assessoria do vereador Beto do Amendoim.
JFR: Como o cidadão Lima, vê esse momento de expectativa política no Brasil?
Ten. Lima: Creio que é um momento que pode ser decisivo para as mudanças que o país precisa, estou torcendo para que haja mudanças estruturais necessárias.
JFR: Para encerrarmos esta entrevista, nós agradecemos a vossa consideração e atenção para com nossa reportagem, e como última indagação sugerimos esta: Aquém você gostaria de agradecer?
Ten. Lima: Quero agradecer a minha família, ao grande número de amigos enfim a toda esta cidade de Rondonópolis. A todos que me ajudaram no meu período de trabalho enquanto na atividade militar. Parabenizo o Jornal Folha Regional e também agradeço pelo espaço.

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