A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apresentou ao Governo do Mato Grosso, nesta quarta-feira (15.10), o trabalho que vem desenvolvendo ao longo dos anos em prol das alternativas do escoamento de produção do Estado, especialmente via hidrovias. O diretor da Antaq, Fernando Fialho, lembrou que o Brasil ainda transporta apenas 13% de toda sua produção pelas hidrovias.
Ele argumentou que especificamente Mato Grosso escoa cinco milhões de toneladas de grãos pela hidrovia Rio Madeiras. “O que é pouco frente a sua produção, que se consolidará cada vez mais a partir da medida que tenhamos alternativas dessa escoação, que garanta que ela seja competitiva no mercado internacional”, completou o diretor, destacando a importância de se fortalecer a compreensão da necessidade de que o país utilize de formas estratégicas as hidrovias.
De acordo com o projeto estratégico da Agência, as principais alternativas de Mato Grosso são a hidrovia do Rio Madeiras, já em funcionamento, que precisa ser melhorada, aprimorada e aproximada mais do Estado; a hidrovia Tocantins/Araguaia, em fase de implantação, seria a alternativa para o escoamento de toda a carga da Região Nordeste e ainda a Tele Pires/Tapajós, em momento de definição de projetos e de corporação aos estudos do setor elétrico.
A partir de agora, informou o diretor, a Antaq e o Governo do Estado começam a traçar estratégias, aliados aos Ministérios dos Transportes, do Meio Ambiente e da Agricultura, com a intenção de negociar com o Ministério das Minas e Energia e a Agência Nacional de Água (ANA) para fortalecimento da produção agrícola e expansão dessa produção. Com objetivo de fazer uma ação concreta, junto ao Governo Federal, para incorporar ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) todos os projetos de estudos de implementação dessas hidrovias.
“É um programa que distribuirá renda e deixará renda no campo fazendo com que Mato Grosso tenha fortalecimento no agronegócio”, analisou o diretor, explicando que quando se reduz custo do transporte, utilizando a hidrovia que é muito mais barato fica dinheiro na mão do produtor e no Estado, gera economia para todo o país, garantindo que a produção seja cada vez mais competitiva no mercado internacional.
Segundo ele, Mato Grosso, segundo maior produtor do país, tem condições de ser o primeiro com um potencial de produzir 90 milhões de toneladas, que só se concretizará se tiver como escoar a produção. Para isso, Fialho citou como fundamental ainda a integração dos moldais. “Não vai ter acesso às hidrovias senão tiver boas rodovias e aí utilizar a maneira mais lógica, que o mundo todo faz, cada tipo de transporte o trecho onde ele é mais econômico”, salientou.
O Estado ainda não faz uso das hidrovias por falta de infra-estrutura, cujo desafio é buscar isso, ter infra-estrutura adequada. O diretor almirante Murilo de Moraes Barbosa citou, por exemplo, a importância da parceria com a ANA, que fará implementação do uso múltiplo das águas. Ele contou também que ontem se reuniram com o ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, que, conforme ele, prometeu apoio a construção de eclusas em qualquer represa que venha a ser construída no Brasil com potencial de navegação, por ser ambientalmente mais viável.
O próximo passo será uma reunião entre Antaq, Governo de Mato Grosso e esse ministros em Brasília, prevista para breve. Acompanharam também a audiência o superintendente de navegação interior, José Alex Botelho de Oliva, e o gerente de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior, Alberto Tokarski.
Assessoria SECOM MT