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Por economia e novo hábito, peixes de tanque passam o de rio nas vendas

Alvo de muitas desconfianças por parte do consumidor, até pouco tempo atrás, o peixe criado em tanques e açudes cada vez mais ganha mercado e nesta quaresma tem sido mais procurado que as espécies capturadas em rios. A reportagem do Folha Regional foi até alguns pontos de vendas em Rondonópolis, ouviu consumidores e constatou a nova realidade. Entre as principais explicações para a diminuição do consumo do tradicional peixe de rio está a poluição depositada nos mananciais, o que para alguns tem afetado até o próprio gosto do produto.
Para o professor João Dourado, o preço também tem sido outro atrativo, já que algumas espécies têm apresentado quase R$ 8,00 de diferença no quilograma. “O pintado de tanque no supermercado estava por volta de R$ 21,00 até semana passada, mas hoje vi que baixou para R$ 16,99. Está muito mais em conta do que o de rio que na feira não se paga menos de R$ 25,00 limpo. Aí quando você faz as contas, R$ 8,00 por quilo é muita coisa, sem contar que não dá para confiar mais nestes rios por aí não”, analisa.
O proprietário da peixaria Pantanal, Edilcleber César Borges, que trabalha em seu estabelecimento, na Vila Aurora, tanto com a espécie de rio como as criadas em tanques, confirma a situação dita pelo professor e diz que seus estoques de espécies criadas em cativeiro tem baixado com mais rapidez que as pescadas em rios. “Hoje em dia as técnicas de criação estão excelentes, então um peixe de tanque é tão natural quanto o de rio e por isso o consumo vem aumentando muito por quem não tinha o hábito”, explica.
Em relação aos campeões de venda, Borges diz que as ventrechas de pacú/tambaqui, sem espinho, são muito procuradas, bem como o filé da tilápia. Para quem é adepto de uma culinária mais requintada, o empresário confirma que o salmão tem o melhor custo benefício. “Nós temos o filé de salmão fresco por R$ 55,90. É um preço muito bom para um produto de tamanha qualidade e fineza”, expõe.
Se o consumidor quiser não só comer o peixe na semana santa, mas também fazer questão de pescá-lo, o Pesque e Pague do Jaílton atenderá em todos os dias e não mudará em nada os horários por causa do feriado. “Aqui é uma mistura não só do prazer de comer o peixe, que é um alimento saudável, como o lazer de poder pesca-lo, junto a família, e poder consumir um produto fresco”, disse a gerente do estabelecimento, Érica dos Santos, que reitera que o quilograma do Pacú sai a R$ 12,50. “O cliente pesca e nós pesamos. O serviço de limpeza do peixe é por nossa conta. Mas se a família quiser nos visitar apenas para comer e não quiser pescar, uma boa pedida é a porção de ventrecha, que é nosso carro chefe. Ela sai por R$ 38,00 e serve três pessoas”, publicita Érica.

Hevandro Soares – Da Redação

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