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Empresários querem nova permissão para voos internacionais em MT

Representantes dos setores do turismo, indústria, hotéis, bares, restaurantes e eventos em Mato Grosso devem pedir à Receita Federal, nos próximos dias, nova autorização provisória para a operação de voos internacionais no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. O prazo de permissão temporária, emitido por conta da Copa do Mundo, começou no dia 5 de junho e terminou no dia 3 de julho. Após o fim das partidas na cidade, apenas uma empresa estava operando regularmente, com o trajeto Cuiabá-Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), por meio de portaria da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) com validade de 150 dias. Mas, a medida acabou caindo por causa da não renovação da autorização por parte da Receita Federal.

"Nós entendemos que essa decisão da Receita Federal foi política. Isso porque durante a Copa foram feitos os atendimentos aos passageiros sem dificuldades técnicas. O tempo para que seja construída nova estrutura não pode ser perdido com a suspensão da autorização", argumentou o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Célio Fernandes, um dos participantes de encontro realizado na tarde desta segunda-feira (14), em um hotel de Cuiabá, para discutir o tema.

Os empresários devem se reunir ainda esta semana com senadores de Mato Grosso para tratar o assunto e emitir uma nota de repúdio à suspensão da autorização.

Obras concluídas

A Receita Federal em Mato Grosso afirma que nova permissão só será dada quando a reforma do aeroporto estiver completamente concluída, com espaço adequado e definitivo para a alfândega e demais órgãos anuentes. Durante o período em que vigorou a permissão especial, a estrutura para esses serviços funcionou de forma improvisada. A previsão é que as obras no Marechal Rondon fiquem prontas até o final do ano.

Em entrevista ao G1, a delegada da Receita Federal em Mato Grosso, Marcela Ladislau, chegou a dizer que, após 3 de julho, o espaço provisório onde funcionava a alfândega teve que ser desocupado para que as obras fossem retomadas naquele local.

O presidente do Sindetur-MT (Sindicato das Empresa de Turismo em Mato Grosso), Oiran Gutierrez, criticou a demora na conclusão da construção. "Estamos escutando que esse aeroporto iria ficar pronto desde o século passado. Passaram-se 16 anos. E a gente acreditava que tudo isso seria feito até dezembro de 2013. Ficou para abril de 2014. Aí abril não teve jeito. Aí seria 30 de maio. Não deram jeito", disse.

Para ele, a suspensão dos voos prejudica a imagem do estado e afugenta quem quer investir. "Os empresários bolivianos não sei se voltam. Vou falar pra eles voltarem em 90 dias? Isso é uma brincadeira de mau gosto. Pediram pra eles virem, garantiram a operação. Confiaram nas autoridades. Isso queima o nosso filme. Porque faz com que pensem que o nosso governo não é sério. Outras companhias, que poderiam entrar nesse vácuo, não vão fazer isso", acrescentou.

Improviso 'permanente'

O assessor especial da Secopa (Secretaria da Copa no estado), Agripino Bonilha, que também esteve presente à reunião, defendeu a continuidade do espaço improvisado no aeroporto. "Ora, se houve uma estrutura, se nós recebemos aviões com mais de 300 pessoas, que foram rapidamente muito bem recebidas em Mato Grosso, por que não estabelecer que essa estrutura de improviso seja permanente?", indagou.

Bonilha também fez críticas à Receita Federal. "Existe tanto serviço lá que eles estão impedidos de repartir pessoas e estruturas com o desenvolvimento da cidade? Eu acho que estão sentados em cima de um 'não' ao nosso desenvolvimento. O que se fez foi o seguinte: 'fique pronto o aeroporto que nós voltamos'. Seria muito melhor 'vamos continuar provisoriamente e pressionando para que o aeroporto fique pronto'", afirmou.

Empresa aérea

A Amaszonas, companhia responsável trecho Cuiabá-Santa Cruz de la Sierra, estava operando desde o dia 10 de junho com voos três vezes por semana e não pôde mais oferecer o serviço por causa da expiração da autorização.
Segundo representantes da empresa no estado, os voos estavam com cerca de 80% de lotação e clientes já haviam comprado passagens para até o final de agosto. Também estava sendo estudada a possibilidade da implantação de voos diários.

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