Técnicos realizam exames de hanseníase e tuberculose dentro da cadeia feminina

Mulheres albergadas na Cadeia Pública feminina de Rondonópolis foram beneficiadas nesta quarta-feira (28) com o serviço de atendimento e exames para identificar casos suspeitos de hanseníase e tuberculose entre as detentas. A ação desenvolvida pelos enfermeiros técnicos Lourenço Ribeiro da Cruz Neto e Camila Aoki Reinas, com o apoio da gestora do Programa de Saúde Prisional, Lenir Pereira Gavilam, atende a expectativa das internas que agradecem pelos serviços de saúde levados à unidade.
Francielli Rodrigues Araújo (25) aproveitou a oportunidade para examinar diversas manchas espalhadas pelo corpo e reclamar da constante queda de cabelo. Ela acredita que o problema surgiu devido ao estresse vivido em 5 anos de detenção. Na opinião da jovem, todas as ações de saúde que chegam à cadeia são ‘bem vindas’. Ela comenta que dentro da unidade surgem muitos problemas de saúde. “Todas nós que estamos aqui dentro sem família lá de fora para nos apoiar, precisamos muito desse atendimento”, acrescenta.
Luis Fernando Vilalba – farmacêutico que atua na cadeia pública – conta que o problema de saúde mais comum entre as detentas é a dependência de álcool e outras drogas. Outra questão preocupante, na avaliação do profissional de saúde, são as doenças ginecológicas. Ele aponta a rotatividade das albergadas como um dos fatores que influencia na entrada de doenças na cadeia “Muitas delas são moradoras de rua e chegam aqui contaminadas com essas doenças”, comenta.
Lenir Gavilam explica que o interesse da secretária Marildes Ferreira é poder contar com um ambulatório de atendimento médico dentro da cadeia, para oferecer um serviço mais constante e eficiente às detentas. O que depende do Governo do Estado. “O que a secretária defende é que essas mulheres são da comunidade e precisam ser atendidas numa unidade de saúde, como todos os moradores da cidade. Por isso, a vontade dela é que se tenha um ambulatório de atendimento médico aqui dentro”, explica.
A gestora Lenir Gavilam avalia que o atendimento das albergadas já melhorou com a presença do farmacêutico Luis Fernando que trabalha com o fornecimento de remédios prescritos pelo médico daquela unidade. “Antes nós tínhamos muita dificuldade para oferecer remédio a qualquer detenta com problemas de saúde aqui dentro. Agora temos a vantagem de contar com o farmacêutico. Tudo ficou mais fácil”, avalia.
Os enfermeiros do Programa Municipal de Hanseníase e Tuberculose devem retornar à cadeia pública, na manhã desta quinta-feira (29). A visita é para fazer a coleta da segunda amostra de catarro das mulheres com suspeita de tuberculose. Lenir Gavilam realiza outra ação na sexta-feira (30) para dar continuidade ao tratamento daquelas diagnosticadas com sífilis.