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sábado, novembro 23, 2024

A solidariedade tem de vencer neste natal

As projeções para o fim de ano de 2014 no Brasil não são lá as melhores, segundo os principais especialistas do ramo comercial e econômico. Acredita-se que no país, mais de 70% da população usará o décimo terceiro para pagar dívidas, o que para alguns, no entanto, soa um tanto quanto exagerado. Pelo sim e pelo não, cristãos ou não, há de se fazer um esforço em tempos virtuais para que a solidariedade fale mais alto e o amor volte a figurar com mais força do que festas pomposas cheias de bebidas alcoólicas, sexo desregrado e um número assustador de acidentes de trânsito, que nos últimos anos transformou o natal em uma data longe de ter o efeito de fortalecimento de vínculos familiares que a tornou tão tradicional ao longo dos séculos. Não ter dinheiro não é desculpa para não fazer uma boa ação por uma pessoa que precisa, até porque nem sempre é de recursos financeiros ou propriamente alimentos que um próximo mais necessita. Por mais pobre que for, qualquer cidadão pode tirar um pouco do seu tempo para visitar um asilo, por exemplo, e doar aquilo que é muito mais precioso que qualquer bem material, o seu tempo. Muita gente defende que tempo é dinheiro, mas há de se reconhecer que o primeiro é muito mais valioso. A forma que utilizamos cada precioso minuto é que vai resultar na quantidade de amigos que teremos do nosso lado no futuro, se estávamos perto ou não quando nosso filho disse a primeira palavra e se conseguimos dizer ‘eu te amo’ em tempo hábil. Existem muitos grupos de pessoas que visitam doentes, outros que fazem o acolhimento de moradores de ruas e famílias que se juntam para matar a fome de muita gente, nem que seja com a sobra de suas ceias. Mas não é preciso fazer parte de nenhum agrupamento de pessoas para começar a fazer a diferença. Sozinho, qualquer um pode fazer muito apenas ouvindo o que um idoso desconhecido tem a contar ou mesmo preenchendo o vazio de uma criança que perdeu os pais com atenção e qualquer brincadeira destas inventada na hora. O natal é a representação do nascimento de Jesus Cristo, um homem que, independente da crença religiosa de qualquer pessoa, é inegavelmente alguém que deixou como marca a humildade, que ao menos tentemos imitá-lo nisso. Segundo o conhecimento popular, na vida, a gente passa por três fases: a primeira, quando acreditamos no Papai Noel; a segunda, quando deixamos de acreditar e a terceira, quando nos tornamos um. Há de se ter a necessidade de entendimento que não é apenas nesta data que devemos buscar a bondade como lema de vida, mas se até agora faltamos neste quesito não haveria de ter melhor momento para começar a fazer a diferença na sociedade e não apenas com o suor de nosso trabalho para o enriquecimento próprio, dos patrões e do país, mas para aumentar a qualidade de vida e espiritual de nós mesmo e de quem está em nossa volta. Fazer o bem, faz muito mais bem a quem o faz. Em se primeiro natal como papa, Francisco disse que para ele ‘Natal é esperança e ternura’. O poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade fantasiou um mundo inteiro e dias infinitos onde o espírito de natal se espalhasse por toda a parte e relatou no livro ‘cadeira de balanço’ onde disse ‘Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas’; ‘Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz’; ‘O correio só transportará correspondência gentil (…) E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom’. O Folha Regional deseja a todos, um Feliz Natal…

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