O tema reforma política é sem dúvida um assunto que deve ser debatido com muita amplitude nos próximos meses, pois em outubro estaremos a um ano de mais um processo eleitoral, e nesta data limite, algumas mudanças que estão sendo votadas pelo Congresso Nacional passará a ter vigor e efeitos da Lei.
O problema é que hoje a classe política no geral vive um momento de descrédito quase que total, podemos afirmar que o “político” na acepção da palavra está até com vergonha de sair na rua, em razão do desgaste devido à forma que o país a as instituições estavam e em muitos casos vem sendo comandadas.
Mas, o que chama a atenção é que devido a esse desgaste pouquíssimas pessoas estão dando a devida importância ao tema da reforma política que tramita no congresso. O acompanhamento é tímido e vemos poucas e raras manifestações a favor ou contra ao que está sendo discutido.
Um exemplo é o fim da reeleição e o aumento dos mandatos. O fim da reeleição pelo visto virou consenso no Brasil, até mesmo pelo fato, que a tradição e a legislação eleitoral facilitam muito a permanência do status quo.
Aprovou-se a reeleição no passado e criaram-se poucos mecanismos eficientes para evitar o uso da máquina pública a favor de candidatos que estão no Poder, dificultando com raras exceções a alternância de poder, o que de fato é bom para a democracia.
Por outro lado, a reeleição dava condições de manter no Poder pessoas que fazem bons trabalhos e com gestões focadas em resultados e uma mudança poderia representar retrocessos em larga escala.Ou seja, há vantagens e desvantagens na reeleição, mas virou um assunto pouco debatido com o povo, até mesmo pelo desinteresse geral no tema reforma política.
O mesmo vale para a questão de tempo de mandatos, outra discussão que as pessoas pouco se manifestaram, cinco anos seria muito ou quatro anos seria pouco. No entanto, pelo desinteresse claro da maioria em se definir ou cobrar uma postura dos nossos representantes em Brasília, o tema reforma política vai andando e avançando de uma forma que ainda não está clara e vivemos sob o risco de criarmos uma verdadeira colcha de retalhos, com poucas mudanças e muitas discussões que até o momento não se pode afirmar se o nosso processo vai melhorar ou até mesmo piorar.
Porém ainda dá tempo para todos nós entrarmos na discussão e estudarmos o assunto mais a fundo e cobrarmos dos nossos representantes uma definição mais clara sobre o tema, pois caso, contrário corremos o risco de mais uma vez, o povo ser o último a saber.
Mas neste caso é preciso fazer o mea culpa, pois o povo não está demonstrando o mínimo interesse pelo que está ocorrendo em Brasilia e , sem atitude, nos resta sentar e aguardar o que vem pela frente. Sempre torcendo para que o nosso processo pelo menos continue com o espirito da ordem democrática, e que as novas regras ao menos fortaleça a nossa nação neste quesito.