A União das Associações de Moradores de bairros de Rondonópolis (URAMB) realiza neste final de semana, as eleições gerais para as renovações das diretorias das associações filiadas à entidade. A princípio nada demais, para muitos mais uma eleição para presidente de bairro. No entanto, o processo deste ano ganhou em peso e principalmente, em competitividade. Nunca ocorreu na história da Uramb, uma disputa tão acirrada como esta, por um lado mostra que ao contrário do que muita gente pensa, o movimento comunitário de Rondonópolis, não morreu muito pelo contrário, está na realidade muito forte. Na verdade, devido a nova forma de fazer política e até mesmo as redes sociais, o movimento comunitário estava, por um lado, perdendo força e representatividade em Rondonópolis.
A figura do presidente de bairro estava deixando de ser um ele, entre o Poder Público e comunidade e estava em segundo plano. O acesso à autoridades com as redes sociais passou a ser mais rápido e sem intermediários. No entanto, o papel do presidente de bairro está sendo reinventado, hoje ele vai muito mais além, virou uma espécie de administrador regional sem remuneração. O presidente de bairro hoje administra problemas e busca soluções mais amplas que um asfalto, um posto de saúde, ou uma escola. Hoje para sobreviver no bairro, ele precisa ir além. Precisa desenvolver projetos verdadeiros e com resultados para a comunidade.
Por essa ótica, o desafio dos vencedores, nos dias de hoje é muito maior. Não estamos querendo dizer que era mais fácil ou mais complexo ser presidente de bairro, o que estamos defendendo é que mudou a forma de gerir, e de presidente de bairro, hoje estamos diante de administradores públicos que sobrevivem de projetos e sem recursos. Nestas eleições, que ganharam em importância, chama a atenção alguns detalhes como, por exemplo, o grande interesse de autoridades em participar e entrar no processo. Prefeito, deputados e vereadores estão vendo as eleições com outra visão e com isso, valorizando o movimento comunitário. Isso, de alguma forma, vai reavivar os tempos, em que grandes lideranças saíam dos bairros para a Câmara ou até mesmo para a Assembleia Legislativa. As lideranças políticas de Rondonópolis durante décadas eram formadas no movimento comunitário: foi assim com Vilma Moreira dos Santos, Manoel Machado, Adonias Fernandes, Thiago Silva, Olimpio Alves e mais uma dezena de lideranças.