Demorou, mas até que enfim a classe política de Mato Grosso resolveu voltar os olhos para a empresa concessionária de energia no Estado, a Energisa. Nos últimos meses não foram poucas as reclamações de usuários sobre o preço da tarifa, que em muitos casos tiveram aumento considerável.
Diante desse quadro, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, propôs a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) focada em dois aspectos, um é ouvir quem mais sofre com as tarifas de energia, que é a população e outro aspecto é investigar se houve abusos, erros ou má-fé por parte da empresa.
Na semana passada, o deputado Thiago Silva (MDB) que é membro da CPI deu uma declaração bombástica sobre o assunto, durante o programa comandado pelo vereador Orestes Miraglia na 104 FM, em que, segundo o deputado se for comprovado que realmente houve irregularidades a empresa pode até mesmo perder o direito da concessão em Mato Grosso.
Portanto, acredita-se que a CPI é séria e está focada sim, em verificar e , principalmente, resolver o problema, mesmo que isso significa a punição da empresa e seus responsáveis caso realmente as irregularidades forem comprovadas.
Também é importante destacar que essa CPI estará em nossa cidade, com uma audiência pública no dia primeiro de novembro, onde a população de Rondonópolis também poderá ser ouvida saindo do foco de apenas a capital e Várzea Grande participarem deste processo, com isso a abrangência da CPI será bem maior do que nós imaginamos e vai ganhar e muito em participação popular saindo das chamadas salas fechadas da Assembleia Legislativa.
Por outro lado, a CPI tem que ir mais longe, e uma das ideias que podemos dar, é uma rediscussão do ICMS da energia, considerado em Mato Grosso um dos mais altos do país.
Talvez esse seja o momento dos nossos deputados começarem uma revisão destes valores e procurar algo mais justo para a população, principalmente os moradores de baixa renda de nosso estado, que hoje trabalham praticamente para o pagamento da conta da energia elétrica das suas residências.
Outra saída que pode ser uma proposta é acabar com o monopólio de uma única empresa para o setor. Seria importante, o consumidor ter mais alternativas e escolher a empresa para fornecer energia elétrica para a sua residência ou empresa. Essa ideia além de aumentar a concorrência com certeza iria trazer um serviço de melhor qualidade com preços mais competitivos.
A CPI deve mirar na empresa com toda a certeza, mas também não pode deixar de cobrar do Estado e brigar sempre por quem na verdade está pagando a conta que é o povo de Mato Grosso.